Por helio.almeida

Espanha - Um tribunal de Santiago de Compostela (noroeste) ordenou nesta quinta-feira que a polícia tome o depoimento, como acusado, do maquinista do trem que descarrilou, causando a morte de 78 pessoas e deixando outras 178 feridas.

Parentes procuram informações sobre o acidente de trem que deixou mortos e feridosEfe

Fontes do Superior Tribunal de Justiça da Galícia informaram que o depoimento do maquinista, que permanece internado no Hospital de Santiago de Compostela, vai acontecer hoje diante da polícia judiciária, e não de um juiz.

A decisão de se recolher o depoimento do maquinista aconteceu depois que um juizado de instrução abriu um inquérito para investigar as causas do acidente. Até agora, a prioridade, segundo as mesmas fontes, era terminar os trabalhos de resgate e o levantamento dos corpos na ferrovia.

Após esse trabalho, o juiz instrutor se concentrará na investigação do acidente, que provavelmente incluirá o interrogatório do acompanhante do maquinista, dos passageiros e das testemunhas.

"Descarrilei, o que eu faço? O que eu faço?", foram as palavras do maquinista Francisco José Garzón em uma conversa telefônica após a tragédia. O maquinista e seu acompanhante sobreviveram ao acidente e participaram dos trabalhos de resgate.

Fontes da investigação informaram hoje à Efe que, após o fato, o condutor reconheceu que o trem estava a uma velocidade de 190 km/h em uma curva onde o limite era de 80 km/h.

Após o acidente, o maquinista manteve contatos por rádio assegurando que o trem estava em velocidade muito maior do que a indicada na curva onde aconteceu o acidente.

Fontes da investigação explicaram hoje que, após o acidente, o condutor também admitiu que o trem estava a uma velocidade de 190 km/h em uma conversa com o delegado do Governo da Espanha na Galícia, Samuel Juárez.

Dos 178 feridos, 32 adultos estão em estado crítico, assim como quatro crianças, segundo as autoridades locais.


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