Rio - Travessuras infantis podem acabar de uma forma bem dolorosa: 10% das fraturas faciais acontecem em pessoas de até 13 anos. Do total de acidentes envolvendo crianças e adolescentes, 95% são na faixa etária entre 6 e 13 anos. Maior autonomia e pouca vigilância dos pais são as principais causas.
Levantamento do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial aponta que 35% das fraturas faciais até 13 anos ocorrem por acidentes domésticos (queda de cama, sofá e bicicleta), 20% por violência externa (atropelamento) e 20% por causas diversas, como atividade física, agressão, acidente de moto e com arma de fogo. Entre as causas menos frequentes estão colisão entre veículos (15%) e acidentes domésticos não padronizados, como queda de laje e de muro alto.
A boa notícia é que a cicatrização entre crianças é três vezes mais rápida do que em adultos. Paulo Rodrigues, cirurgião bucomaxilofacial, explica que os ossos da face dos pequenos são mais irrigados e o metabolismo é mais acelerado, o que favorece a recuperação.
“Entre crianças e adolescentes, dentes da frente e queixo são as áreas mais fraturadas”, disse, acrescentando que fraturas na testa são as mais perigosas. “Lesões na região entre os olhos podem prejudicar o cérebro”, cita.
ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
Paulo alerta que, ao chegar ao hospital, os pais devem solicitar atendimento com um médico bucomaxilofacial e não com pediatras ou dentistas. Esse tipo de profissional, diz ele, tem mais condições de avaliar a gravidade da fratura e propor o melhor tratamento.
“Antes de chegar ao hospital, os pais podem colocar gelo no local e retirar os dentes soltos para que eles não sejam engolidos”, disse.
Médicos farão alerta junto à Lei Seca
Hoje, às 20h, cirurgiões bucomaxilofacial e agentes da Operação Lei Seca realizam a Campanha de Prevenção ao Trauma de Face, na Lapa, Humaitá, Leblon e Barra. Eles vão alertar sobre os perigos dos acidentes de trânsito, que são a maior causa de traumas de face, entre adultos.