Rio - Este ano, o Dia Nacional de Combate ao Fumo fará um alerta diferente: os perigos do narguilé. Visto como inofensivo, principalmente pelo jovens, o cachimbo oriental pode causar mais danos à saúde do que o cigarro comum. Com o tema ‘Parece inofensivo, mas fumar narguilé é como fumar 100 cigarros’, a data será celebrada hoje com ações na capital.
Dos cerca de 300 mil usuários do narguilé, 40% têm apenas até 24 anos de idade. Trata-se de um dispositivo no qual o tabaco é aquecido e a fumaça passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, causando a impressão de que os efeitos são atenuados. “É um equívoco achar que não faz mal, porque há apenas 5% de absorção da nicotina pela água”, alertou o pneumologista do Instituto Nacional do Câncer (Inca) Ricardo Meirelles.
Ele alerta que o cachimbo produz as mesmas substâncias tóxicas do cigarro e torna-se ainda mais perigoso por conta do compartilhamento (costuma ser fumado em grupo) e das substâncias liberadas na queima do carvão. “Como é compartilhado, também existe o risco de se contrair doenças infectocontagiosas, como herpes e hepatite C, entre outras”, comparou o médico.
Segundo derivado de tabaco mais consumido entre os jovens, o narguilé pode levar ao câncer, enfarte, aneurisma e doenças respiratórias, além de ser considerado uma porta de entrada para o cigarro, já que tem a mesma capacidade de dependência química. “Nosso o objetivo é sensibilizar os jovens sobre os danos à saúde, porque eles acham que é apenas um grande ritual e que não vai fazer mal. Qualquer forma de tabaco é perigosa”, explicou.
Serão realizadas hoje ações do Inca em parceria com a Prefeitura do Rio, em espaços comunitários nos bairros de Madureira, Padre Miguel, Santa Cruz, Irajá, Penha e Bangu. A previsão é que programação especial com filmes e exposições sobre o tema se estenda pelo mês de setembro. Além disso, quem quiser pode fazer o teste que mede a concentração de monóxido de carbono exalada pelo pulmão.