Por adriano.araujo

Genebra e Washington - Os Estados Unidos e a Rússia chegaram a um acordo sobre a crise na Síria e deram sete dias ao governo sírio para entregar informações sobre seu arsenal de armas químicas para evitar um ataque. A decisão foi anunciada neste sábado, em Genebra, pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, após três dias de reuniões com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Em Washington, o presidente Barack Obama elogiou o acordo, mas disse que os EUA estão prontos para atacar caso a Síria não cumpra a promessa de entregar as armas químicas. “Embora tenhamos feito progressos importantes, muito mais precisa ser feito”, declarou Obama.

Segundo John Kerry, a ameaça de uso de força será incluída em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, caso a Síria não cumpra os procedimentos para eliminar suas armas químicas. “Nós temos o compromisso de impor medidas sob o Capítulo 7 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, afirmou o secretário.

Inspetores devem chegar à Síria até novembro para fazer uma avaliação do arsenal. Até meados de 2014, todas as armas químicas sírias devem ser destruídas ou removidas.

Secretário de Estado dos EUA%2C John Kerry (E)%2C e chanceler da Rússia%2C Sergei Lavrov%2C fecham acordo sobre a Síria Reuters

Em entrevista coletiva ao lado do ministro russo, John Kerry fez um apelo para que o governo de Bashar al-Assad colabore. “Não pode haver espaço para jogos. Ou qualquer outra coisa que não seja completa aceitação por parte do regime de Assad”, disse.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comemorou o acordo sobre o arsenal químico sírio e expressou sua esperança de que isso leve ao fim do “horrível sofrimento” da população do país.

O líder cubano Fidel Castro preferiu elogiar a iniciativa da Rússia, que conseguiu evitar um ataque “demolidor” dos Estados Unidos contra a Síria, que teria provocado uma “catástrofe mundial”.

Já o líder da oposição síria, chefe do Conselho Militar Supremo, general Selim Idris, disse que o acordo é um golpe contra a revolta de dois anos e meio que tenta derrubar o presidente Bashar al-Assad.

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