Genebra e Washington - Os Estados Unidos e a Rússia chegaram a um acordo sobre a crise na Síria e deram sete dias ao governo sírio para entregar informações sobre seu arsenal de armas químicas para evitar um ataque. A decisão foi anunciada neste sábado, em Genebra, pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, após três dias de reuniões com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
Em Washington, o presidente Barack Obama elogiou o acordo, mas disse que os EUA estão prontos para atacar caso a Síria não cumpra a promessa de entregar as armas químicas. “Embora tenhamos feito progressos importantes, muito mais precisa ser feito”, declarou Obama.
Segundo John Kerry, a ameaça de uso de força será incluída em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, caso a Síria não cumpra os procedimentos para eliminar suas armas químicas. “Nós temos o compromisso de impor medidas sob o Capítulo 7 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, afirmou o secretário.
Inspetores devem chegar à Síria até novembro para fazer uma avaliação do arsenal. Até meados de 2014, todas as armas químicas sírias devem ser destruídas ou removidas.

Em entrevista coletiva ao lado do ministro russo, John Kerry fez um apelo para que o governo de Bashar al-Assad colabore. “Não pode haver espaço para jogos. Ou qualquer outra coisa que não seja completa aceitação por parte do regime de Assad”, disse.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comemorou o acordo sobre o arsenal químico sírio e expressou sua esperança de que isso leve ao fim do “horrível sofrimento” da população do país.
O líder cubano Fidel Castro preferiu elogiar a iniciativa da Rússia, que conseguiu evitar um ataque “demolidor” dos Estados Unidos contra a Síria, que teria provocado uma “catástrofe mundial”.
Já o líder da oposição síria, chefe do Conselho Militar Supremo, general Selim Idris, disse que o acordo é um golpe contra a revolta de dois anos e meio que tenta derrubar o presidente Bashar al-Assad.