Paris (França) - Um alpinista francês encontrou uma caixa repleta de pedras preciosas quando escalava o maciço do Mont Blanc, nos alpes, e a entregou à Gendarmaria, para quem o material é proveniente de um avião indiano que caiu na região em 1966, informou nesta sexta-feira o jornal "Le Parisien". A caixa tinha rubis, esmeraldas e safiras, ao todo 136 gramas em peças que individualmente pesam menos que 1,5 grama cada, segundo a Gendarmaria.
O valor das pedras varia entre 130 mil e 246 mil euros (faixa que equivale a uma quantia entre R$ 397 mil e R$ 753 mil, aproximadamente), de acordo com a estimativa de um joalheiro. Na caixa, encontrada no início de setembro, aparecia a frase "fabricado na Índia", o que deu aos investigadores uma pista sobre sua origem.
As investigações parecem indicar que as pedras pertenciam a algum passageiro que viajava no "Kangchenjunga", um Boeing 707 da companhia aérea Air Índia que caiu na região no dia 24 de janeiro de 1966 quando se aproximava do aeroporto de Genebra, escala de sua viagem entre Mumbai e Nova York.
O acidente provocou a morte dos 117 passageiros e membros da tripulação que estavam na aeronave. Também foi cogitada a possibilidade de que as pedras fossem do Malabar Princess, um Lockheed L-749 Constellation que também caiu próximo à Genebra, escala no trajeto entre Mumbai e Londres, em 1950.
No entanto, a hipótese foi descartada, pois nesse avião os 39 passageiros que morreram, além dos seis membros da tripulação, eram marinheiros, segundo o jornal.
As autoridades francesas entrarão em contato com as indianas para tentar localizar os herdeiros do proprietário, explicou o "Le Parisien". A lei francesa define que o tesouro seja entregue à pessoa que o encontrou, caso o dono ou seus herdeiros não apareçam.
Não é a primeira vez que alpinistas acham restos do Kangchenjunga no Mont Blanc. Móveis, maletas e outros pertences de passageiros também já foram encontrados.