Por clarissa.sardenberg

Congo - Os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) anunciaram nesta terça-feira o fim da luta armada, depois de mais de um ano e meio de combates contra o Exército da República Democrática do Congo (RDC) e as forças da ONU.

Em comunicado intitulado "Anúncio do fim da rebelião", o presidente do M23, Bertrand Bisimwa, assinala que, a partir de agora, o grupo tentará alcançar seus objetivos por meios políticos.

"A direção do Movimento 23 de Março anuncia à opinião (pública) nacional e internacional que decidiu pôr fim a sua rebelião e perseguir, por meios puramente políticos, a busca de soluções às profundas causas que provocaram sua criação", afirma Bisimwa, líder político dos rebeldes, na nota.

Rebeldes do grupo M23 durante ação no Congo em dezembro de 2012Efe

Os milicianos do M23 iniciarão um "processo de desarmamento, desmobilização e reinserção social na modalidade convida com o Governo da República Democrática do Congo", acrescenta o comunicado.

O anúncio foi feito depois que as Forças Armadas da RDC tomaram os últimos redutos em poder do M23 na conflituosa província de Kivu do Norte (este).

O Exército ficou com o controle das colinas de Runyonyi, Thanzu e Mbuzi, onde se entrincheiravam os milicianos do M23, durante os confrontos que aconteceram nas últimas 24 horas, confirmou hoje à Efe o porta-voz do governo congolês, Lambert Mende.

"Essas três colinas, que eram suas últimas trincheiras na fronteira de nosso país com Uganda e Ruanda e para onde os rebeldes tinham fugido, estão completamente controladas por nossas tropas", afirmou Mende por telefone.

Nas operações, ocorridas em uma zona a cerca de 75 quilômetros de Goma, capital de Kivu do Norte, os soldados destruíram dois grandes depósitos de armas dos quais os insurgentes se abasteciam, segundo o porta-voz do exército, general Jean Richard Kassonga.

O governo congolês havia exigido ontem ao M23 que anunciasse "oficialmente" a cessação das hostilidades e abandonasse as zonas que ainda mantinha sob seu controle, já que, caso contrário, o exército continuaria sua ofensiva.

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