Por joyce.caetano

Estados Unidos - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, fez um alerta nesta sexta-feira sobre as diferenças entre o Irã e as seis potências que tentam elaborar um acordo com o país para colocar fim ao impasse sobre seu programa nuclear. A Rússia, entretanto, expressou otimismo em relação às negociações.

Autoridades reportaram progresso nos diálogos de quinta-feira. Mas os comentários de Kerry e seus colegas do Reino Unido, França e Alemanha após sua chegada a Genebra claramente indicaram que os obstáculos continuam.

As agências de notícias russas informaram na noite de sexta que o chanceler Sergei Lavrov se uniria a Kerry e aos ministros europeus em Genebra no sábado. Um diplomata ocidental em Genebra afirmou à AP que a China está enviando o vice-chanceler para a rodada de negociações.

O vice-chanceler russo Sergei Ryabkov disse que a Rússia espera que as negociações estabeleçam "um resultado duradouro pela comunidade internacional".

O comunicado russo sugeriu um possível estreitamento das diferenças, horas depois que Kerry se encontrou com seus colegas europeus, e com o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif e com Catherine Ashton, a principal enviada da União Europeia.

Kerry chegou de Tel Aviv depois de encontrar o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, durante o qual Kerry tentou diminuir as preocupações de Israel sobre os diálogos de Genebra. Israel se opõe duramente a qualquer acordo que suspensa as sanções econômicas ao Irã, ao menos que o país suspenda totalmente sua capacidade para fazer armas nucleares.

O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas os EUA e seus aliados temem que o país possa estar reunindo capacidade para desenvolver uma bomba atômica. Kerry disse que havia "várias questões muito importantes que ainda não foram solucionadas". Ele afirmou a repórteres que "não há um acordo nesse momento".

Essa é a segunda rodada de negociações este ano entre seis potências mundiais - EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha - e o Irã. Segundo autoridades, os EUA esperam estabeçecer um entendimento inicial que impeça o programa nuclear do Irã de avançar e que o mesmo retroceda pela primeira vez em décadas.

Por diversas vezes, entretanto, líderes de Israel fizeram um alerta de que não aceitariam qualquer acordo parcial. Uma autoridade disse que Israel tomou conhecimento de uma proposta sob a qual o Irã cessaria todo o enriquecimento de urânio a 20% - um passo para conquistar capacidade para produzir armas nucleares - e diminuiria o ritmo de trabalho do reator em Arak.

Em troca, segundo disse a autoridade isralense, as sanções econômicas contra o Irã seriam reduzidas. "Israel acredita que esse seja um mau acordo e vai se opor fortemente à sua implementação", disse.

O Irã quer que as dolorosas sanções internacionais sejam suspensas em troca de possíveis concessões que, no passado, o país não estava disposto a considerar, como um aumento do monitoramento internacional em seu programa nuclear e a redução do nível de enriquecimento de seu urânio - uma forma potencial de produzir armas nucleares e o centro de um impasse com o Ocidente.

Negociações internacionais para reduzir os temores de que o Irã estaria interessado em fabricar armas atômicas estão paralisadas há mais de 10 anos, com Teerã insistindo que sua produção é pacífica.

Mas o diálogo aparentemente tomou um novo rumo desde que o presidente reformista Hassan Rouhani foi eleito no Irã em junho.

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