Por clarissa.sardenberg
Tailândia - Os manifestantes antigovernamentais atacaram nesta quarta-feira a sede da Polícia Nacional em Bangcoc, após derrubarem os blocos de concreto que protegiam uma das entradas e sem encontrar resistência por parte dos agentes.
O incidente acontece um dia depois que milhares de manifestantes ocuparam momentaneamente a sede do governo e da Polícia Metropolitana, onde no último domingo e nesta segunda-feira houve confrontos com a polícia que usou gás lacrimogêneo e canhões com jatos d'água.
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No quartel da Polícia Nacional, dezenas de opositores do governo arrastaram blocos de cimento e retiraram as cercas de arame farpado que protegiam o local, observados por cerca de mil policiais que têm ordens de não intervir. No interior, um dos líderes do movimento leu um comunicado, em frente a um representante policial, expondo suas reivindicações, que incluem a renúncia do governo da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, a quem acusam de corrupção.
Manifestantes pedem a renúncia da primeira-ministra, Yingluck ShinawatraEfe

Está previsto que os manifestantes deixem logo mais o local e que paralisem as atividades de sabotagem para respeitar a celebração do 86º aniversário do monarca do país, Bhumibol Adulyadej, amanhã. O líder do movimento opositor, o ex-vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, revelou que os protestos serão retomados na próxima sexta-feira para erradicar o que classifica como "regime de Thaksin", em referência ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 em um golpe militar.

Suthep acusa a atual primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, de ser um fantoche de seu irmão mais velho, Thaksin, que -segundo os opositores- governa a partir do exílio em Dubai, onde vive para evitar a prisão após ter sido condenado a dois anos por corrupção. Yingluck disse que seu governo quer evitar novos episódios de violência e se propôs a dialogar com acadêmicos, empresários, especialistas e manifestantes para discutir sobre reformas políticas e estipular uma saída democrática para a crise.
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"A situação política atual em nosso país ainda não voltou à normalidade, mas está mais tranquila", disse nesta terça à noite Yingluck em um breve pronunciamento televisivo. A primeira-ministra fez um pedido de união ao povo para celebrar o aniversário do monarca tailandês, a autoridade moral, sem papel político, venerada pela maioria dos cidadãos. Suthep voltou a insistir em sua proposta de substituir o governo por um "conselho popular" não eleito, uma opção que Yingluck rejeitou dias antes por ser inconstitucional.
A polícia prendeu sete estudantes por terem supostamente incendiado vários veículos policiais durante os distúrbios que ocorreram na madrugada desta terça-feira perto da Casa do Governo. Segundo o jornal "Bangcoc Post", os agentes também apreenderam garrafas e bolsas de plástico com gasolina e álcool, navalhas, tacos de golfe, pequenos explosivos e balas. Dezenas de pessoas sofreram ferimentos durante os protestos, que começaram após os confrontos entre partidários e opositores do governo e deixaram quatro mortos e mais de 50 feridos na noite do último sábado.
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A Tailândia vive uma grave crise política há cerca de 8 anos com frequentes manifestações e protestos populares que pretendem paralisar o governo atual.