Por thiago.antunes
Rio - Para os que sofrem com dores crônicas, o verão anuncia um tempo de trégua. Características da estação, temperaturas e níveis mais altos de umidade no ar dilatam vasos sanguíneos e melhoram a circulação, atenuando os sintomas desagradáveis. Além disso, a necessidade de analgésicos tende a cair.
Exercícios ao ar livre devem ser seguidos por consumo de isotônicosReprodução

Os benefícios da estação não param por aí. A fisioterapeuta Mariana Schamas acrescenta à lista um maior relaxamento muscular, e a maior liberação de neurotransmissores que atuam no gerenciamento da dor. “Nesta época, a maior disponibilidade de serotonina no sangue, por exemplo, faz com que o sono seja mais reparador. Quem dorme bem, reage melhor ao desconforto”.

Segundo a especialista, é considerada dor crônica aquela que se instalou no local há mais de três meses. “Nesses casos, o incômodo deixou de ser um alerta do corpo para o mau funcionamento de um sistema ou órgão e passa a alterar a fisiologia do indivíduo. Os padrões de sono mudam, e o sistema de defesas fica desequilibrado”, explicou Mariana.

Doenças mais comuns
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Entre as doenças mais comumente associadas ao sofrimento diário, que apresentam melhora de sintomas no verão, estão a dor lombar crônica, reumatismos (artrose e artrite), fibromialgia e a polineuropatia diabética — que apresenta dor na ponta dos pés e mãos.
No entendimento do coordenador da clínica de dor do Hospital Balbino, Paulo Renato da Fonseca, o calor torna a percepção da dor mais branda. “A sensibilidade dos nervos diminui, frente ao que vemos no inverno. A melhora nos casos de fundo neurológico se dão por isso. É o caso da fibromialgia, e da polineuropatia”, disse.
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Mariana Schamas ressalta que a melhor época para praticar exercícios, considerando a maior disposição das pessoas em sair de casa, e a melhora da dor, é mesmo o verão. “A atividades física é um verdadeiro remédio para essas pessoas. Se praticada com regularidade, o corpo passa a produzir analgésicos naturais, melhora a lubrificação das articulações, o sono e o humor”, afirmou.
Dias mais quentes da estação pioraram as câimbras
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As altas temperaturas não significam o mesmo para atletas amadores e profissionais. O exercício ao ar livre, nesta época, aumenta as chances de câimbras. Com o suor, são eliminadas grandes quantidades de sódio e potássio, responsáveis pela contratura muscular. E, para repor, não adianta só beber água, segundo o clínico Marco Chame, do Hospital São Francisco na Providência de Deus. “Indico a ingestão de bebidas isotônicas”.
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