Por tamara.coimbra
Argentina - A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, falou publicamente pela primeira vez em mais de 40 dias na quarta-feira, pondo fim a um longo silêncio que fez os argentinos especularem sobre sua saúde depois de ela ter se submetido a uma cirurgia na cabeça em outubro.
Após 40 dias de silêncio%2C Cristina Kirchner%2C presidenta da Argentina%2C fala durante um comício na Casa de Governo%2C em Buenos AiresReuters


Em um discurso em rede nacional, uma energética Cristina anunciou a criança de um programa para encorajar os jovens desempregados argentinos a comparecer à escola pública com um subsídio de US$ 80. Ela também criticou aqueles que especularam sobre sua condição durante sua ausência.
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"É verdade que passei por algumas dificuldades, mas gostaria de ver como os outros se comportariam se tivessem de lidar com as coisas pelas quais passei. Gostaria de vê-los governando este país", disse Cristina a centenas de partidários que encheram o pátio principal do palácio presidencial Casa Rosada.
A presidenta de 60 anos passou por uma cirurgia para remover um hematoma cerebral em 8 de outubro e retornou ao trabalho em 18 de novembro. A líder normalmente eloquente que é apaixonada pelo Twitter falou pela última vez em público em 10 de dezembro e tuitou pela última vez em 13 de dezembro.
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O silêncio não característico alimentou especulações na Argentina sobre sua saúde, e alguns oponentes até mesmo questionaram quem estava realmente governando o país. Os membros do gabinete de Cristina repetidamente disseram que ela está no total comando. Mas nem eles nem Cristina explicaram na quarta-feira a razão para seu silêncio público enquanto a Argentina sofre com uma inflação de dois dígitos, baixo crescimento econômico e uma queda nas reservas de moeda estrangeira.
As questões sobre quem está no comando são pertinentes na Argentina, onde Cristina tem o poder de governar por decreto sobre muitas áreas da vida social e da economia do país. Ela nacionalizou os fundos previdenciários privados, renacionalizou a companhia aérea do país e liderou a tomada de controle da companhia espanhola Repsol sem indenizá-la.
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Essas medidas têm sido populares entre muitos argentinos que culpam as privatizações da década de 1990 e outras políticas de livre mercado pela crise econômica e pelo calote da dívida em 2001-2002.
Juntamente com seu marido e predecessor Néstor Kirchner, morto em 2010, ela vista como alguém que restaurou o poder presidencial em um país onde ele foi gravemente enfraquecido pelo colapso econômico de 2001, que forçou a saída de vários presidentes do cargo.
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Seu silêncio foi um grande contraste em comparação ao passado. Cristina, cujo mandato termina em 2015, acusou seus oponentes e a mídia de tentar "criar a sensação de que cheguei ao fim".

Na quarta, ela confirmou que viajará a Cuba para o encontro da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac), que começa na segunda-feira. "Se Deus quiser, viajaremos para Cuba na sexta-feira para o encontro da Celac", disse. "Disseram que eu tinha pedido um adiamento por problemas de saúde. Alguns estavam apenas tentando enganar as pessoas."

Presidenta da Argentina acena para simpatizantes durante comício%2C em Buenos AiresReuters