Os EUA consolidarão desdesegunda-feira o bom momento de sua aliança com a França com a visitade Estado do líder francês, François Hollande, a Washington, onde será recebido pelo presidente Barack Obama com um jantar de gala e uma visita à residência de Thomas Jefferson.
Desde que Obama chegou à Casa Branca em 2009, só realizou jantares de Estado aos líderes de seis países (Índia, México, China,Alemanha, Coreia do Sul e Reino Unido). A viagem despertou uma grande expectativa na França, pelaimportância da relação bilateral entre ambos os países, mas também por ser a primeira de caráter oficial que Hollande fará desde que oficializou sua separação de Valérie Trierwailer.
Originalmente previsto para o casal presidencial, o protocolo davisita teve que ser adaptado a um líder sem uma companheira oficial, algo que o presidente francês quer manter depois que a imprensa revelou sua relação com a atriz Julie Gayet.
Funcionários e porta-vozes da Casa Branca não cansaram deenfatizar a importância da visita de Hollande para Obama,distanciado nos últimos tempos de outros importantes aliados europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, sobretudo por causado escândalo de espionagem da Agência de Segurança Nacional Americana (NSA).
O ressurgir do "romance" com a França aconteceu em agosto do ano passado, quando Obama avaliava uma ação militar contra o regime sírio em represália pelo suposto uso de armas químicas e se encontrou com quem unicamente estava disposto a lhe dar apoio após o "não" do Reino Unido.
O secretário de Estado de EUA, John Kerry, se referiu então àFrança como "o mais velho aliado" de Washington, em uma referência àguerra de independência contra a Coroa Britânica. Se Hollande estava disposto a acompanhar Obama no ataque contra aSíria, no início de 2013, foi os EUA que proporcionaram ajudaeconômica (US$ 50 milhões) e aviões não tripulados para apoiar as operações militares da França no norte do Mali contra grupos islâmicos armados.
Agora ambos os países têm em vista o sul da Líbia e consideramessa zona como um perigoso foco de instabilidade, segundo indicaramno final de janeiro em Washington o ministro francês de Defesa, Jean-Yves Le Drian, e o chefe do Pentágono, Chuck Hagel. Por isso, Washington e Paris estão considerando planos paratreinar as tropas do Governo líbio surgidas após a queda do regimede Muammar Kadafi, morto nas mãos de rebeldes em 20 de outubro de 2011.