Estados Unidos - A organização humanitária Human Rights Watch (HRW) disse nesta sexta-feira que a Organização dos Estados Americanos (OEA) cometeria "um grave erro" se não permitisse uma discussão sobre a situação na Venezuela.
A organização "não deveria permitir que esta grande oportunidade para abordar os problemas de direitos humanos centrais na Venezuela seja desperdiçada", assinalou HRW em comunicado .
O diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco, afirmou que a Venezuela "não é o único país da região onde ocorreram manifestações maciças e majoritariamente pacíficas".
Vivanco acrescentou que "o que distingue a Venezuela é o modo como o Governo reagiu", com uma combinação de "medidas abusivas" que incluem a censura de meios de comunicação, o encarceramento arbitrário de dirigentes opositores e a "força brutal" contra os
manifestantes.
A Human Rights Watch lembrou que na terça-feira passada o Governo do Panamá solicitou ao Conselho Permanente da OEA a realização de uma sessão extraordinária para debater a convocação de uma reunião de chanceleres perante a situação que a Venezuela está vivendo.
A Venezuela solicitou deixar sem efeito a convocação por motivos de procedimento, e a realização da reunião segue no ar.
"Quais as dúvidas sobre se as violações de direitos humanos ocorridas na Venezuela merecem a atenção da OEA? Seria um grave erro permitir que o Governo venezuelano evite uma discussão sobre estes eventos", afirmou Vivanco no comunicado.
O chanceler venezuelano, Elías Jaua, disse nesta quinta no Uruguai que a União de Nações Sul-americanas (Unasul) é o âmbito "mais eficaz" e de funcionamento mais "democrático" do que a OEA para tratar a situação gerada pelas manifestações violentas na Venezuela.