Bruxelas (Bélgica) - O impasse sobre a anexação da região autônoma da Crimeia à Rússia aumenta a tensão internacional. Um dia depois de os Estados Unidos anunciarem envio de caças e tropas à região, ante à iminente intervenção militar russa, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan, sediada em Bruxelas, na Bélgica, informou nesta segunda-feira que mobilizou aviões de reconhecimento na Polônia e na Romênia para monitorar a região.
O aval para a decolagem foi dado após uma reunião dos embaixadores dos países-membros, seguindo uma recomendação do comandante militar da força, o general americano Philip Breedlove.
Mais cedo, militares ucranianos informaram que tropas russas abriram fogo contra uma base na Crimeia, perto da cidade de Bakhchisaray, sem deixar feridos. Segundo um oficial ucraniano, ouvido pela agência russa Interfax, os soldados tomaram os celulares dos ucranianos e tentavam retirar veículos das instalações navais.
As forças russas que tomaram o controle de uma série de instalações na península do Mar Negro até agora não haviam trocado tiros com tropas ucranianas. Ontem a ONG Repórteres sem Fronteiras informou que dois jornalistas ucranianos foram capturados na Crimeia por homens armados não identificados.
De acordo com a BBC, imagens divulgadas pela guarda de fronteira da Ucrânia mostram supostas tropas russas cavando trincheiras ao redor da cidade de Armyansk, na Península da Crimeia, no sul do país. O vídeo foi gravado por um avião de vigilância não tripulado. A guarda do país afirma que o avião foi alvo de tiros pouco depois dos registros serem feitos.
Enquanto isso, o primeiro ministro da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que a proposta do governo para o fim dos conflitos na região está pronta, “dentro do marco do direito internacional”.
A desculpa da Rússia para manter o cerco militar em pontos da península é de que “resguarda os cidadãos russos ali residentes”.