Por clarissa.sardenberg

Espanha - Mais de 3,5 milhões de judeus no mundo todo, meio milhão em Israel, poderiam adquirir nacionalidade espanhola graças a origem sefardita e à modificação do Código Civil que o governo da Espanha aprovou no mês passado. "É uma grande medida e, sem dúvida, um reconhecimento dos nossos vínculos históricos com a Espanha 500 anos depois da expulsão", disse  Asher Moshé, nascido em Escópia, capital da Macedônia (ex-Iugoslávia) e que imigrou para Israel com 11 anos.

Em fevereiro, o Conselho de Ministros do Executivo de Mariano Rajoy aprovou uma modificação do Código Civil para conceder nacionalidade espanhola a todos os sefarditas que pedirem e credenciem tal condição, que permitirá, além disso, que se mantenham em de seu país de origem. Em um ladino (língua semelhante ao Espanhol, falada por comunidades judaicas originárias da península Ibérica) pobre e corroído pelos anos, Moshé titubeia ao ser perguntado se pedirá a nacionalidade espanhola, porque "já não é jovem". "Isto não é tanto para os velhos como eu, mas para os jovens", ressaltou sobre a possibilidade que se abrirá caso o Congresso aprovar o projeto de lei. 

O ministro da Justiça espanhol, Alberto Ruiz-Gallardón, destacou que, desta forma, a sociedade espanhola culmina a reparação "do que, sem dúvida, tinha sido um dos maiores erros históricos", em referência aos judeus que foram expulsos da Espanha em 1492 e que hoje estão dispersos no mundo.


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