Por bferreira

Rio - Uma nova técnica no tratamento de pacientes com enfarte, para desobstruir o vaso entupido do coração, deverá chegar ao Brasil no segundo semestre deste ano. Trata-se de um novo stent que, ao contrário dos tradicionais, é ‘absorvido’ pelo organismo e evita reações adversas no usuário.

Hoje, a única opção disponível de stent (pequena mola colocada na artéria para ‘abrir’ espaço para o sangue poder circular) é o metálico, que permanece no corpo do paciente por toda a vida. O novo dispositivo é absorvido pelo organismo em até dois anos, sem comprometer a abertura do vaso, explica José Ary Boechat, diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Sohcierj).

“Em cerca de seis meses, o vaso se reconstrói e se fortalece ao ponto de não precisar mais da estrutura de suporte”, explicou, acrescentando que o novo stent também melhora a capacidade de funcionamento dos vasos após o enfarte, quando comparado aos métodos tradicionais de tratamento.

Um dos benefícios é que o novo stent, feito de substância parecida com plástico, evita que o paciente fique com um ‘corpo estranho’ dentro do organismo, o que reduz as chances de inflamações. Segundo o especialista, pessoas que recebem o stent metálico precisam tomar remédios por até um ano, para evitar a formação de trombos, o que não ocorre com a nova técnica. “Isso representa mais qualidade de vida e menos custo ao paciente”, salienta.

Outro benefício refere-se a casos em que a artéria do coração é novamente obstruída, mesmo após o tratamento de enfarte. De acordo com a presidente da Sohcierj, Maria de Lourdes Montedonio, o stent metálico inviabiliza a colocação de uma ponte de safena, procedimento também usado para permitir a circulação do sangue. “O stent absorvível tem a vantagem de não deixar vestígios no vaso e permitir ao especialista um novo tratamento para aquele vaso, caso ele volte a ser obstruído”, diz ela.

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