Por clarissa.sardenberg

Nigéria - Supostos militantes do Boko Haram sequestraram durante a noite oito meninas de uma aldeia perto de um dos seus redutos no nordeste da Nigéria, afirmaram a polícia e os moradores nesta terça-feira. O rapto das meninas, com idades entre 12 a 15 anos, ocorre depois do sequestro de outras 200 estudantes pelo grupo militante islâmico no mês passado.

Lazarus Musa, um morador da aldeia de Warabe, disse que homens armados abriram fogo durante o ataque. "Eles eram muitos, e todos carregavam armas. Chegaram em dois veículos pintados na cor do Exército. Eles começaram a atirar na nossa aldeia", disse Musa por telefone de sua aldeia na região montanhosa de Gwoza, principal base do Boko Haram.

Uma fonte da polícia disse que as meninas foram levadas em caminhões, junto a gado e aos alimentos saqueados.

'Já chega! Sequestros devem parar!', diz cartaz carregado por mulher em protesto na Nigéria Reuters

O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, ameaçou em um vídeo divulgado para a imprensa na segunda-feira vender no mercado as meninas raptadas de uma escola secundária em 14 de abril.

Os sequestros por parte dos islamitas, que dizem estar lutando por um Estado islâmico na Nigéria, chocaram um país acostumado à violência na região nordeste.

"Muita gente tentou correr para trás da montanha, mas quando ouviram tiros, eles voltaram", disse Musa. "Os homens do Boko Haram estavam entrando nas casas, mandando as pessoas para fora de suas casas."

O Boko Haram, a principal ameaça à segurança do maior produtor de energia da África, está se tornando mais ousado e aparentemente mais bem armado do que nunca. Os sequestros em massa de abril ocorreram no dia da explosão de uma bomba, também reivindicada pelo Boko Haram, que matou 75 pessoas nos arredores de Abuja, no primeiro ataque contra a capital em dois anos.

O fracasso dos militares em encontrar as meninas em três semanas levou a protestos no nordeste, Abuja e Lagos, a capital comercial do país. 

Até militares nigerianos sentem-se intimidados pelos extremistas

Os islamitas do Boko Haram alegam estar “lutando por um Estado islâmico na Nigéria”. O grupo, que vem se armando cada vez mais, é a principal ameaça à segurança do país, que tem a posição de maior produtor de energia da África.

Os sequestros em massa de abril foram no mesmo dia da explosão de uma bomba, também reivindicada pelo Boko Haram, que matou 75 pessoas nos arredores de Abuja, no primeiro ataque contra a capital em dois anos. De acordo com informações de agências internacionais, muitos membros das Forças Armadas da Nigéria se sentem desmoralizados em combater os integrantes do grupo, pois estes seriam melhor equipados que o próprio Exército.

Moradores de Chibok que realizaram buscas pelas meninas raptadas chegaram a pedir ajuda a soldados da cidade, mas receberam uma negativa como resposta.

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