Providence e Rio - As investigações sobre o acidente com oito acrobatas do circo Ringling Brothers Barnum and Bailey, em Providence, nos Estados Unidos, se concentram no gancho metálico (‘mosquetão’) que prendia a estrutura onde estavam as artistas a um cabo de aço. A peça foi achada no chão, quebrada em três partes. O grupo caiu de uma altura de 12 metros, e quatro pessoas estão em estado grave, entre elas as duas profissionais do circo cariocas.

“A causa do acidente continua sendo investigada. Foi determinado que houve uma falha num gancho, mas ainda não sabemos o porquê. Cada peça do equipamento usado nesse número é inspecionada na montagem e reinspecionada antes de cada performance. Como precaução adicional, estamos trocando todos os ganchos”, informou o circo. A empresa esclareceu ainda que a soma do peso do equipamento usado no número ‘Candelabro Humano’ e das artistas não chega a 680 kg, e que a estrutura foi calculada para segurar bem mais do que isso.
O circo já seguiu para Hartford, em Connecticut, onde se apresenta de hoje a domingo. O número não fará parte dos espetáculos.Para Cristiano Cimino, diretor da Companhia Base, grupo circense de dança vertical que se apresenta a partir de amanhã no 2º Festival Internacional de Circo, no Rio, o acidente pode ter acontecido por excesso de peso e má distribuição das pessoas na estrutura.
“O Ringling faz duas apresentações por dia, não dá tempo de fazer a manutenção direito. Para eles é um negócio”, declara ele, que dirige espetáculo em que boa parte das apresentações é feita no ar. “Se você tem entre oito e doze pessoas no ar, precisa de no mínimo quatro técnicos fazendo a orientação no solo”, analisa.
Em 2,5 mil apresentações nos 10 anos de Companhia, Cristiano relata que nunca houve acidentes. Neste ano, o grupo irá apresentar o espetáculo Futebol Voador, em que os artistas ficam presos a balão de hélio em forma de bola de futebol, a mais de 20 metros. São usados finos cabos de aço, elásticos e redes, que sustentam até 2,5 mil quilos.
Cinco meses sem andar
Das três brasileiras feridas, só a catarinense Widny Alves melhorou. Ela teve fraturas no braço e em parte da coluna, mas está fora de perigo. A carioca Stefany Neves ficará cinco meses de cama: precisará colocar placas e parafusos no pé esquerdo, com fraturas múltiplas. Ela também teve fissura na coluna e o fígado perfurado por costela. Também do Rio, Dayana Costa ainda não tinha acordado até ontem. Ela passará por cirurgia no cotovelo e na mão.