Por felipe.martins

Providence e Rio - As investigações sobre o acidente com oito acrobatas do circo Ringling Brothers Barnum and Bailey, em Providence, nos Estados Unidos, se concentram no gancho metálico (‘mosquetão’) que prendia a estrutura onde estavam as artistas a um cabo de aço. A peça foi achada no chão, quebrada em três partes. O grupo caiu de uma altura de 12 metros, e quatro pessoas estão em estado grave, entre elas as duas profissionais do circo cariocas.

Widny Neves, que fraturou braço direito e coluna, sorri em foto postada no FacebookReprodução Facebook

“A causa do acidente continua sendo investigada. Foi determinado que houve uma falha num gancho, mas ainda não sabemos o porquê. Cada peça do equipamento usado nesse número é inspecionada na montagem e reinspecionada antes de cada performance. Como precaução adicional, estamos trocando todos os ganchos”, informou o circo. A empresa esclareceu ainda que a soma do peso do equipamento usado no número ‘Candelabro Humano’ e das artistas não chega a 680 kg, e que a estrutura foi calculada para segurar bem mais do que isso.

O circo já seguiu para Hartford, em Connecticut, onde se apresenta de hoje a domingo. O número não fará parte dos espetáculos.Para Cristiano Cimino, diretor da Companhia Base, grupo circense de dança vertical que se apresenta a partir de amanhã no 2º Festival Internacional de Circo, no Rio, o acidente pode ter acontecido por excesso de peso e má distribuição das pessoas na estrutura.

“O Ringling faz duas apresentações por dia, não dá tempo de fazer a manutenção direito. Para eles é um negócio”, declara ele, que dirige espetáculo em que boa parte das apresentações é feita no ar. “Se você tem entre oito e doze pessoas no ar, precisa de no mínimo quatro técnicos fazendo a orientação no solo”, analisa.

Em 2,5 mil apresentações nos 10 anos de Companhia, Cristiano relata que nunca houve acidentes. Neste ano, o grupo irá apresentar o espetáculo Futebol Voador, em que os artistas ficam presos a balão de hélio em forma de bola de futebol, a mais de 20 metros. São usados finos cabos de aço, elásticos e redes, que sustentam até 2,5 mil quilos.

Cinco meses sem andar

Das três brasileiras feridas, só a catarinense Widny Alves melhorou. Ela teve fraturas no braço e em parte da coluna, mas está fora de perigo. A carioca Stefany Neves ficará cinco meses de cama: precisará colocar placas e parafusos no pé esquerdo, com fraturas múltiplas. Ela também teve fissura na coluna e o fígado perfurado por costela. Também do Rio, Dayana Costa ainda não tinha acordado até ontem. Ela passará por cirurgia no cotovelo e na mão.

Você pode gostar