Lugansk, Ucrânia - A uma semana das eleições que apontarão o novo presidente da Ucrânia, que terá mandato de cinco anos, a violência continua crescendo no país por conta das aspirações separatistas da região Leste. Neste sábado, militantes pró-Rússia atacaram um posto fronteiriço ucraniano para libertar Valeri Bolotov, governador autoproclamado de Lugansk, que acabara de ser detido ao retornar da Rússia. Não houve feridos.
Valeri voltava do território russo quando os guardas decidiram cumprir a ordem de prisão contra ele. Ao saberem da detenção de seu principal líder, separatistas cercaram o posto e, após uma hora de negociações sem sucesso, atacaram. Sob fogo cerrado, os soldados ucranianos foram obrigados a libertar o rebelde.
Donetski e Lugansk passaram por referendos há dias e decidiram pela separação da Ucrânia numa eleição sem fiscalização, o que pôs os resultados sob suspeita.
No campo diplomático prosseguem as negociações em busca de resolver a pior crise do país desde o fim da União Soviética. Ontem aconteceu nova rodada de encontro reunindo autoridades ucranianas e russas em busca de uma solução para o problema. Os separatistas, que dominam grande parte do Leste, se negam a sentar na mesa, pois só aceitam tratar da retirada das tropas ucranianas e exigem o reconhecimento da independência da região. A Rússia pede a retirada das forças militares ucranianas da região.
“Podem eleições celebradas em meio ao conflito armado cumprir as normas democráticas do processo eleitoral?”, questionou nota do Ministério das Relações Exteriores russo.
O encontro aconteceu na cidade de Karkov e o governo ucraniano foi duramente criticado por legisladores e outras autoridades do Leste do país, por ignorar os problemas dessas regiões, hoje dominadas por manifestantes pró-russos.