Rio - Guardar o celular no bolso pode ser prejudicial a produção de esperma. Pelo menos é o que afirma um estudo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, publicado na revista “Environment International”. De acordo com os pesquisadores, a culpa pode ser da radiação eletromagnética emitida pelo telefone.
Para se chegar a essa conclusão, os cientistas revisaram dez estudos sobre a qualidade do sêmen, realizados com 1.492 homens. Entre os levantamentos estavam testes em laboratório com o esperma exposto à radiação do telefone celular, além de questionários realizados em clínicas de fertilidade.
A autora cefe do estudo, Fiona Mathews, contou à rede BBC que todos os estudos mostraram uma ligação entre a exposição ao celular e à falta de qualidade do sêmen. "Segundo os estudos, há uma mensagem consistente de que a motilidade do esperma cai com a exposição a celulares. Não acredito que isso seja motivo para pânico, mas, se você já sabe que tem um problema de fertilidade, então é melhor tomar algum cuidado sobre o lugar em que você guarda seu telefone", disse.
Porém, Fiona admite que suas conclusões devem ser ratificadas em novas pesquisas. "Obviamente não estamos dizendo que todo mundo que leva um celular no bolso vai ficar infértil", declarou.
A pesquisa não explica como o celular afetaria o esperma. Entre as possibilidades estão a queda do ciclo de produção de sêmen, danos ao DNA provocados pela radiação eletromagnética emitida pelo telefone e o calor provocado pela proximidade do celular com o órgão sexual poderia prejudicar o esperma.
Segundo o pesquisador da Universidade de Sheffield, Allan Pacey, o levantamento foi pouco convincente. Na opinião dele, a análise do material é precária. "O que é precisamos é de estudos epidemiológicos mostrando a interferência do celular em nossa qualidade de vida. Até conseguirmos isso, vou continuar com meu iPhone no bolso direito da minha calça".
