Estados Unidos - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu à Rússia nesta quinta-feira que desarme os separatistas na Ucrânia nas "próximas horas", enquanto a União Europeia se prepara para discutir sanções mais profundas contra Moscou.
Os Estados Unidos e outros países ocidentais intensificaram as pressões sobre a Rússia por medidas concretas para desarmar o conflito no leste da Ucrânia, onde um cessar-fogo entre os rebeldes de língua russa e as forças do governo parece estar desmoronando.

"Nós estamos de pleno acordo em que é crucial para a Rússia mostrar nas próximas horas, literalmente, que está agindo para ajudar a desarmar os separatistas, encorajá-los a se desarmarem, pedir-lhes que deponham as armas e comecem a fazer parte de um processo legítimo", disse Kerry a repórteres em Paris.
Ele acrescentou que os líderes da União Europeia iriam discutir possíveis sanções contra a Rússia em sua reunião de cúpula na Bélgica, que começa nesta quinta-feira.
O governo norte-americano disse que também tem novas sanções prontas para serem implementadas, mas Kerry afirmou que o país prefere não entrar no "plano das sanções" e espera que a Rússia tome medidas sem pressão.
Nós gostaríamos de ver um esforço cooperativo entre os Estados Unidos, a Europa e a Rússia e os ucranianos", acrescentou Kerry.

Rebeliões separatistas eclodiram no leste da Ucrânia no início de abril depois que protestos de rua em Kiev derrubaram o presidente Viktor Yanukovich, apoiado por Moscou. A Rússia, por sua vez, anexou a península ucraniana da Crimeia. Rebeldes do leste ucraniano vêm pedindo a união com a Rússia.
Moscou nega as acusações ocidentais de que esteja permitindo a entrada de combatentes na Ucrânia, bem como armas pesadas para eles enfrentarem as forças do governo ucraniano.
A próxima rodada de sanções dos EUA e da UE teria como alvo os setores financeiro, de defesa e de alta tecnologia da Rússia, disseram autoridades norte-americanas.
Conflitos no Oriente Médio
Kerry está visitando capitais do Oriente Médio e da Europa para discutir a Ucrânia, bem como a ameaça à estabilidade no Oriente Médio por causa dos conflitos no Iraque e na Síria.
Ele se reunirá com ministros das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Arábia Saudita em Paris nesta quinta-feira. Antes, ele se encontrou com o ex-primeiro-ministro libanês Saad al-Hariri e o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman.
O rápido avanço dos militantes sunitas em todo o Iraque ameaça dividir o país e trazer mais turbulência a uma região já abalada pela guerra civil na Síria.