Por bferreira

Rio - Na adolescência, obesidade não é apenas um problema físico. Não é raro jovens sofrerem bullying e serem excluídos dos grupos na escola por causa do excesso de peso. Dois serviços da rede estadual de saúde oferecem atendimento a este público, com a possibilidade, inclusive, de cirurgia bariátrica.

A operação de redução de estômago é feita no Ho<CW-11>spital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Na unidade, uma equipe composta por psicólogos, assistentes sociais e médicos acompanha crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos, e a cirurgia não é feita antes dos 18.

“Se após o período de acompanhamento vemos que é necessário, operamos. O ideal é acompanhar e esperar a maturidade do paciente para fazer a cirurgia”, disse o coordenador do programa da Cirurgia Bariátrica do Carlos Chagas, Cid Pitombo. Segundo ele, todos os pacientes são vítimas de bullying. “Esse é o principal motivo da procura dos jovens pela operação. Há um preconceito em relação à obesidade”.

De acordo com Pitombo, o critério para operar é o mesmo usado entre os adultos: Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 35 — o normal é entre 19 e 25. Desde 2010, já se submeteram à técnica 12 jovens. A maioria (75%) são mulheres.

Luiz Alberto Kron, de 22 anos, começou a ser acompanhado pela equipe do programa estadual aos 17 anos, quando tinha 136 quilos (ele mede 1,75m), mas só aos 18 fez a cirurgia. Perdeu 70 quilos em cerca de oito meses.

“Está tudo bem com a minha saúde, passaria por tudo novamente. Hoje estou mais disposto. Perdi, em peso, o equivalente a um Luiz Alberto” disse.

Para ter acesso ao serviço, a pessoa precisa, antes, procurar uma unidade básica de saúde e ser encaminhada ao Hospital Carlos Chagas.

Estilo de vida tem de mudar

O Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), no Centro, também atende crianças e adolescentes até 15 anos com obesidade ou sobrepeso. O principal objetivo do ambulatório, que trata cerca de 450 pessoas, é modificar o estilo de vida dos pequenos.

De acordo com a coordenadora do ambulatório, Carmen Assumpção, cerca de 97% dos casos são relacionados à má alimentação. Nos demais, diz ela, o mal está ligado a doenças endócrinas, genéticas ou ao uso de medicamentos. <MC0>Novas vagas para tratamento serão abertas no próximo ano. “Não podemos ser radicais e dizer que chocolate é proibido, mas os doces devem ser exceção”, exemplifica.

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