Por karilayn.areias
Claudio Manoel e seu marido%2C o inglês Glenn Thomas%2C morto no acidenteReprodução Facebook

Rio - A companhia aérea Malaysia Airlines divulgou ontem as nacionalidades das 298 pessoas que estavam bordo do voo MH17, entre Amsterdã e Kuala Lumpur, que foi abatido com um míssil no leste da Ucrânia. A maioria deles, 192, era de holandeses. A bordo também estavam 44 malaios — incluídos os 15 membros da tripulação e dois bebês —, 27 australianos, 12 indonésios, dez britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos, um canadense e um neozelandês. Entre os britânicos estava o jornalista da Organização Mundial da Saúde Glenn Thomas, 49 anos, casado com o brasileiro Claudio Manoel Villaça Vanetta, 52.

“Ele me mandou um beijinho e disse: ‘Assim que eu chegar eu te ligo’. Estão todos aqui em casa. Não consigo ficar sozinho. Queria ter estado no mesmo avião que ele, teria sido mais fácil”, contou o brasileiro ao site G1.

Filho de uma paraense com um suíço, Claudio morou no Brasil até os 10 anos, quando se mudou para o país do pai. Claudio e Glenn estavam casados há 11 anos e moravam em Genebra, Suíça, onde o brasileiro trabalha no departamento financeiro de um banco. Os dois se conheceram num restaurante japonês e o Claudio planejava uma grande festa e um roteiro de viagem para comemorar os 50 anos do marido dia 20 de setembro. Terça-feira, Claudio deverá viajar para a Ucrânia ou Rússia para fazer o reconhecimento do corpo.
O local da queda é palco de confrontos entre militares da Ucrânia e rebeldes que querem a região anexada à Rússia. Governos ucraniano e russo fazem acusações mútuas sobre quem atirou o míssil.

Ontem, os rebeldes pró-russos permitiram acesso de especialistas e jornalistas ao campo onde ainda está a maioria dos corpos. Os separatistas e as forças da Ucrânia, que se enfrentam desde abril, se comprometeram a facilitar o resgate. Misturados com aparatos técnicos, cabos e outras peças do Boeing-777, é possível ver corpos de adultos e crianças, rodeados de malas e objetos pessoais, desde livros a computadores e bichos de pelúcia. Já foram encontrados 200 corpos. O cheiro é insuportável. Jornalistas sentem náuseas e abandonam o local.


Rússia e EUA: investigação

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e seu colega americano, John Kerry, falaram ontem sobre a necessidade de que todas as provas relacionadas com o desastre do avião malaio na Ucrânia sejam postas à disposição de uma investigação internacional. “Incluindo as caixas-pretas, que devem ser proporcionadas para seu estudo no marco da investigação internacional. É preciso garantir todas as condições necessárias para o acesso dos especialistas”, disse Lavrov.

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