Por karilayn.areias

Rio - Quem nunca, depois de encher o prato do almoço com comidas pesadas, colocou uma folha de alface ou rodelinha de tomate para deixar a consciência mais leve? Pesquisa feita com dois mil trabalhadores brasileiros revelou que 56% deles consideram suas escolhas alimentares equilibradas. Apesar disso, 42% sentem indisposição depois de comer.

Paulo Cesar mudou os hábitos alimentares e reserva um terço do prato aos vegetais. Clique neste texto e confira o infográficoJoão Laet / Agência O Dia

Segundo o levantamento ‘Hábitos Alimentares do Trabalhador Brasileiro’, 70% dos entrevistados disseram preocupar-se em fazer um prato equilibrado com legumes, verduras, proteína e carboidratos. Mas, para a nutricionista da Rede D’Or Tatiana Rom, a maioria das pessoas acha que colocar uma quantidade mínima de salada é o suficiente para fazer a refeição ser saudável, o que não é verdade: mais de 30% do tamanho do prato deve ser preenchido com legumes e verduras. Tatiana alerta que o consumo de proteína e carboidrato tende a ser maior do que o necessário. “Se estão se sentindo pesados, ou faltam nutrientes ou estão comendo mais do que precisam”, explica ela.

A disparidade entre a vontade de ser saudável e as escolhas aparece em outro percentual da pesquisa. Segundo o levantamento, da empresa Alelo, apenas 7% dos que almoçam fora escolhem o local baseando-se na oferta de pratos saudáveis. Além disso, sabendo ou não, 65% dos entrevistados já cumprem a recomendação dos nutricionistas e optam por restaurantes a quilo. “À la carte é mais difícil, porque o cliente não tem como pegar porção maior de alguma coisa mais light”, cita Tatiana.

Antes de se submeter a uma cirurgia bariátrica, em outubro, o advogado Paulo Cesar Cavalcanti, 39 anos, só optava por comidas gordurosas no self-service. Hoje, 85 quilos mais magro, garante que mudou hábitos alimentares e cumpre a regra de reservar um terço do prato aos vegetais. “Ficava pesado depois do almoço. Hoje, só como em locais que tenham salada, mas não é fácil achar”.

Uma das principais dificuldades do brasileiro que quer mudar os hábitos alimentares, segundo a nutricionista, é a teoria do ‘eu mereço’. Ou seja, porque a pessoa trabalhou o dia inteiro, se estressou no trânsito, brigou com a família, ela ‘merece’ sair da dieta e se fartar de chocolate, por exemplo. “Doces, frituras e refrigerantes são moedas de troca desde a infância”, diz.

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