Por karilayn.areias

Jerusalém - Enquanto Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmava ontem que tomará “qualquer ação que seja necessária” para interromper os ataques do Hamas e restaurar a calma na Faixa de Gaza, garantindo que as ofensivas de seu exército buscam atingir apenas alvos militares, os conflitos chegavam ao dia mais violento desde o início dos bombardeios, com quase 100 palestinos, e 13 soldados israelenses mortos após um ataque ao bairro de Shajaya, na periferia de Gaza. O porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaisa, afirmou à TV do grupo islâmico ter capturado um soldado israelense.

Em Shajaya%2C região próxima à fronteira%2C cerca de 100 palestinos foram mortos e o cenário de destruição causou a fuga de milhares de moradoresEfe

Os líderes palestinos e a Liga Árabe acusaram Israel de cometer um massacre, enquanto Netanyahu disse que os palestinos do Hamas estão usando civis como “escudo humano”.

“Nós tentamos atingir alvos militares e lamentamos as baixas civis”, disse o premiê à rede CNN. Perguntado sobre quanto tempo levaria para Israel completar a operação que busca destruir os túneis de armas do Hamas, Netanyahu não deu estimativa, mas disse que o processo está ocorrendo com rapidez. “Ninguém quer passar para ações militares excessivas”, afirmou, quando foi questionado a respeito da possibilidade de Israel lutar para recuperar a Faixa de Gaza.

O cenário de horror em Shajaya, onde mortos e feridos se espalhavam pelas ruas, fez milhares de moradores fugirem da região, um local próximo à fronteira de Israel onde as ambulâncias não conseguem chegar por causa dos bombardeios. Um motorista de ambulância, inclusive, já foi morto, assim como um cinegrafista palestino.

O ministro das Finanças israelense, Naftali Bennett, declarou à rádio pública que os túneis cavados pelo Hamas, alvos alegados de seu governo, tinham o objetivo de atacar simultaneamente de sete a oito aldeias kibutz. “Estamos prontos para pagar um preço terrível e evitar que civis israelenses sejam vítimas da catástrofe”, disse Naftali.

A ONU em Gaza disse que acomoda mais de 63 mil deslocados, mais do que durante o conflito de 2008-2009, que teve 1.400 palestinos mortos.

EUA apoiam direito de defesa contra foguetes

Os Estados Unidos se manifestaram ontem a favor do direito de Israel se defender dos foguetes disparados por Gaza. “Você tem o direito de entrar e tirar aqueles túneis entre as fronteiras”, disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, à emissora Fox News. “Nós apoiamos completamente o direito de Israel de se defender contra os foguetes que estão chegando continuamente”, afirmou Kerry.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, era esperado ontem para um giro nas regiões do conflito que já matou 435 palestinos e 18 militares israelenses. Em visita a Israel, o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, manifestou o desejo que vem sendo expressado pela comunidade internacional, salientando a “prioridade absoluta” para se chegar a uma trégua.

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