Por clarissa.sardenberg

Ucrânia - O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, ordenou nesta segunda-feira um cessar-fogo em um raio de 40 quilômetros ao redor do local onde supostamente foi abatido há quatro dias o Boeing 777 da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo. "Eu dei a ordem. Os militares ucranianos não devem realizar operações nem abrir fogo em um raio de 40 quilômetros ao redor do local da tragédia", disse.

O avião caiu próximo à localidade de Grabovo, na região leste de Donetsk. Os combates entre as forças ucranianas e os separatistas pró-Rússia aumentaram após a queda da aeronave, apesar da comunidade internacional ter pedido uma trégua para se investigar as circunstâncias da tragédia.

Retomada de combates

Mais cedo, os rebeldes e as forças governamentais ucranianas haviam retomado os combates nos arredores da cidade de Donetsk, onde se ouviram reiterados disparos de artilharia e sirenes de ambulância. Segundo meios de imprensa locais, um prédio de nove andares situado entre o aeroporto e a estação de trem da cidade foi atingindo por um projétil. "As balas silvavam acima de nossas cabeças", relatava uma mulher que apareceu chorando na sede do governo da autoproclamada república popular de Donetsk.

Forças trabalham para remover restos de aeronave que acredita-se ter sido abatida sobre Donetsk Reuters

Aparentemente, os combates explodiram quando vários tanques das forças governamentais tentaram entrar na cidade, o que foi impedido pelos milicianos pró-russos. A tensão era patente nas imediações do edifício, que é vigiado por várias dezenas de milicianos, enquanto na cidade mal se vê gente pelas ruas desde que os insurgentes impuseram o toque de recolher. Pouco antes das 10h, hora local, se ouviram os primeiros disparos no bairro Oktiabrski, perto de um mercado de automóveis.

O prefeito de Donetsk, Aleksandr Lukianchenko, recomendou aos cidadãos residentes nas zonas afetadas pelos bombardeios que não deixem suas casas sob nenhuma condição. Além disso, informa que se restringiu o acesso por estrada na região e também o transporte por trem. O aeroporto é há semanas a frente de batalha mais próxima a Donetsk, onde os rebeldes tiveram que render várias fortificações desde o fim do cessar-fogo do dia 28 de junho.

Segundo a Agência Efe pôde constatar, neste domingo vários caminhões com milicianos e peças artilharia deixaram a cidade, que está rodeada de inumeráveis postos de controle de estrada. "Muita gente se foi. Pelo menos, não voltarão até que comece a escola (1º de setembro). Todos as lojas estão fechadas", comentou um motorista. Os hotéis de Donetsk estão quase vazios e seus únicos clientes são os repórteres que viajaram para a cidade para informar sobre a catástrofe do avião malaio que caiu na quinta-feira nesta região com 298 pessoas abordo.

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