Por bferreira

Rio - Nada de borra de café, banho com erva aroeira, pasta de dente ou vinagre. Para cicatrizar ferimentos, como queimaduras e cortes, especialistas recomendam muita higiene, pouco movimento, troca de curativos regular e o uso de álcool a 70° para eliminar bactérias.

Segundo a dermatologista do Hospital Badim Danielle Medeiros, pacientes que não seguem as recomendações e ainda usam receitas caseiras correm o risco de desenvolver infecções, alergias e cicatrizes muito mais visíveis. Além disso, a falta de cuidado com as lesões na derme, segunda camada da pele, pode levar à perda da sensibilidade, já que a região possui terminações nervosas responsáveis pelo tato.

Ela lembra que, no caso de queimaduras leves, que deixam a pele vermelha, o recomendado é lavar em água corrente. Bolhas nunca devem ser estouradas. “Normalmente, pomadas à base de antibióticos, como a sulfadiazina de prata, são receitadas.”

Em caso de cortes e mordidas, é recomendado lavar o local com água e sabão e procurar uma emergência. O cuidado para melhor cicatrização inclui uso do álcool a 70° para higiene e curativos feitos de fita micropore, esparadrapo específico para o mal. A troca de curativo deve ser diária para evitar infecções e marcas na pele.

A dermatologista lembra que o corpo produz células chamadas de fibroblastos, que se agrupam e formam o novo tecido na cicatrização. Esse processo requer tempo e estabilidade do local atingido, para que a reconstrução seja completa e sem as indesejáveis marcas.

Quando isso não acontece, os conhecidos queloides ou as cicatrizes hipertróficas (alto relevo apenas onde aconteceu o corte) surgem e incomodam, principalmente em negros e idosos — já que com a idade, a produção de colágeno cai. A médica afirma que existem tratamentos como injeções de corticoides, que atrofiam a lesão, aplicação de remédios quimioterápicos, sessões a laser e cirurgias. Alimentação equilibrada e imunidade alta também ajudam.

Novo curativo para ferida mais grave

Um novo produto promete tratar feridas de difícil cicatrização. Trata-se do curativo biológico Colzen, feito pelo laboratório Silvestre Labs. Segundo a enfermeira Mara Blanck, vice-presidenta da Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética, o Colzen é rico em colágeno e nitrato de cério. “As substâncias são importantes para fortificar o processo de cicatrização e manter a umidade ideal da pele. Dispensam a troca diária.”

A novidade será apresentada no 3º Simpósio Carioca de Feridas e no 1º Simpósio Carioca de Queimaduras, marcados para esta sexta-feira e sábado, no Colégio Brasileiro de Cirurgiões, em Botafogo. Informações pelo site: www.sobenfee.org.br

Você pode gostar