Líbia - O imenso incêndio em tanques de combustível perto do aeroporto internacional de Trípoli, provocado por ataques de foguetes por parte de rebeldes, está fora de controle, ao mesmo tempo que os combates entre milícias rivais foram retomados na área, disse nesta segunda-feira um porta-voz da Companhia Petrolífera Nacional da Líbia.
"Está fora de controle. O segundo tanque foi atingido e os bombeiros se retiraram do local, já que os combates foram retomados na área", disse o porta-voz da empresa, Mohamed Al-Harrai, à Reuters.
Um foguete acertou um tanque armazenamento de combustível durante uma caótica batalha pelo controle do aeroporto de Trípoli, a qual não conseguiu impedir voos internacionais para a Líbia.
Governos estrangeiros têm acompanhado impotentes a situação, à medida que a anarquia se espalha pelo país do norte africano, três anos após bombardeios da Otan terem ajudado a depor o ditador Muammar Gaddafi. Esses governos ocidentais vêm pedindo que seus cidadãos deixem a Líbia e estão retirando seus diplomatas do país, após duas semanas de confrontos entre facções rivais terem matado 160 pessoas em Trípoli e na cidade de Benghazi, leste do país.
Holanda, Filipinas e Áustria se preparavam, nesta segunda-feira, para retirar seu pessoal diplomático. Os Estados Unidos, a Organização das Nações Unidas e a Turquia já encerraram suas operações nas embaixadas após o pior episódio de violência desde o levante de 2011.
Duas brigadas rivais de ex-rebeldes que lutam pelo controle do Aeroporto Internacional de Trípoli estão disparando uma da outra, utilizando foguetes Grad, fogo de artilharia e canhões há duas semanas, transformando o sul da capital em um campo de batalha.
Nos três tumultuados anos desde a queda de Gaddafi, o frágil governo da Líbia e seu fraco poder militar não foram capazes de controlar os grupos que combateram o ditador, que se recusam a entregar as armas e continuam a dominar as ruas.
A Líbia tem apelado por ajuda internacional para evitar que o país entre em colapso. Parceiros ocidentais temem que o caos se espalhe para além das fronteiras, à medida que contrabandistas de armas e militantes se beneficiam do tumulto.
No vizinho Egito, o presidente Abdel Fattah al-Sisi repetidamente alertou sobre militantes que ganhavam com o caos na Líbia e estabelecem bases na fronteira entre os dois países.
Após a retirada do pessoal dos Estados Unidos, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que a violência dos militantes era um risco real para os diplomatas do país. O diplomata dos EUA Chris Stevens foi morto por militantes, com três outras pessoas, em Benghazi, em setembro de 2012.