Por nara.boechat

Buenos Aires (Argentina) - O neto de Estela de Carlotto, líder das Avós de Praça de Maio, nascido em cativeiro e desaparecido desde 1978, durante a última ditadura argentina, teve sua verdadeira identidade confirmada após a divulgação do resultado de um exame de DNA ao qual se submeteu.

O filho da presidente da organização, Guido Carlotto, revelou nesta terça-feira o resultado positivo do teste. Secretário de Direitos Humanos da província de Buenos Aires, Guido disse que seu sobrinho se apresentou voluntariamente para fazer o exame porque tinha dúvidas sobre sua verdadeira identidade. "Em breve tentaremos nos juntar a ele. Não posso falar da emoção", afirmou.

O neto, o de número 114 que as Avós conseguiram recuperar, é filho de Laura Carlotto, que estava grávida quando foi detida, em novembro de 1977, durante a ditadura, e levada ao centro clandestino de detenção de "La Cacha", na cidade de La Plata (60 quilômetros ao sul de Buenos Aires). Laura deu à luz um menino que nasceu em cativeiro em 26 de junho de 1978 e ao qual chamou Guido.

O corpo da filha de Estela de Carlotto foi encontrado sem vida e entregue a sua mãe no mesmo dia de seu assassinato, mas o menino não foi achado, e a busca levou a avó, hoje com 83 anos, a ser uma das fundadoras da associação.

Cerca de 30 mil pessoas desapareceram durante a última ditadura argentina, segundo os órgãos de defesa de direitos humanos, e cerca de 500 netos foram afastados de suas famílias biológicas.

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