Por clarissa.sardenberg

Gaza - Três supostos comandantes da ala militar do movimento islamita Hamas morreram nesta quinta-feira em um bombardeio da aviação de guerra israelense sobre um imóvel da cidade de Rafah, no sul de Gaza. Testemunhas contaram que os corpos de Muhamad Abu Shamala e Raed ao-Attar, altos responsáveis das 'Brigadas de Ezzedine al Qassam', foram levados para o hospital de Abu Youssef Al-Najar depois de mais de uma dezena de mísseis terem sido disparados sobre o prédio, de três andares.

Ambos eram alvos prioritários de Israel, especialmente Shamala, pois os serviços de inteligência internos israelenses relacionam com a captura em 2006 do soldado israelense Gilad Shalit na operação "Kerem Shalom". Shalit ficou cinco anos em poder das milícias palestinas, até ser libertado em uma troca com prisioneiros, alguns dos quais Israel voltou a prender em junho. A morte do terceiro comandante, identificado como Muhamad Barhum, foi confirmada pela imprensa local, que afirmou que seu corpo está entre os escombros do edifício destruído.

Palestinos tentam resgatar homem que acabou preso ao se abrigar dentro de carro durante bombardeios de Israel em Rafah%2C no sul de GazaReuters

O exército israelense confirmou a morte dos dois primeiros, mas omitiu o nome de Barhom em seu primeiro comunicado à imprensa sobre o ataque. No bombardeio, outros cinco civis morreram e pelo menos 40 pessoas ficaram feridas.

Segundo a imprensa israelense, Israel acredita que a unidade liderada por Attar foi a que lançou o ataque contra um blindado semanas atrás que matou o tenente Hadar Goldin e feriu sei outros soldados. O corpo de Goldin não pôde ser resgatado e o exército acredita que está em poder das milícias. Além disso, outros três palestinos morreram durante os novos bombardeios sobre a Faixa, que ontem tiveram como alvo, frustrado, o principal líder militar do movimento, Mohamad al Deif. Deif sobreviveu ao ataque à sua casa do bairro de Sheikh Rawdan, em Cidade de Gaza, mas sua esposa e um de seus filhos, Ali, de sete meses, morreram.

Desde que nesta terça-feira o quarto cessar-fogo foi quebrado, pelo menos 30 palestinos morreram em ataques das Forças Armadas de Israel, número que eleva para 2.050 as vítimas mortais palestinas no conflito, 75% delas civis. Do lado israelense 64 soldados morreram em combates com as milícias e um civil israelense, um beduíno e um trabalhador asiático foram atingidos por um dos mais de três mil foguetes lançados pelas milícias.

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