Chile - A polícia chilena deteve na madrugada desta quinta-feira três pessoas supostamente vinculadas aos recentes ataques com bombas na capital do país, informou o ministro chileno do Interior, Rodrigo Peñailillo.
Os indivíduos, cujas identidades não foram reveladas, foram detidos em suas residências em Santiago, por equipes multidisciplinares, lideradas pela Promotoria. "Recebemos com satisfação a notícia da prisão de três supostos participantes dos atos terroristas que aconteceram nos últimos meses", disse Peñailillo em uma breve coletiva de imprensa.
Uma bomba de fabricação caseira foi detonada em uma galeria comercial em uma estação de metrô de Santiago, no início do mês de setembro, deixando 14 pessoas feridas.
O promotor-chefe metropolitano do sul, Raúl Guzmán, detalhou que os detidos pertencem a "uma célula bastante compacta e hermética" e que as investigações são "complexas", acrescentando que continuam as buscas para determinar se ainda existem outras pessoas responsáveis pelos ataques.
As autoridades não deram detalhes de quando seriam apresentados os detidos perante a Justiça. Meios de comunicação reportaram que ao menos um dos detidos estaria envolvido na instalação da bomba na galeria do metrô de Santiago.
No último dia 9, um dia após uma explosão no metrô de Santiago, outra detonação de bomba reacendeu os temores de ataques terroristas no país, desta vez em Viña del Mar, no litoral. A bomba explodiu em um supermercado da rede de comércio Totus Gómez Carreño da comuna litorânea que faz parte da província de Valparaíso, importante centro turístico chileno.
Segundo a polícia, a explosão deixou uma trabalhadora ferida, que foi identificada como Edith Mardones Gamboa, 43 anos. Ela é uma das responsáveis ??pela limpeza do estabelecimento, que sofreu um dano no ouvido e outros ferimentos por causa da bomba.
Fontes afirmam que o dispositivo estaria em uma garrafa de plástico cheia de material explosivo, moedas e outros objetos de metal e ácido muriático, que explodiu quando o operador da máquina manipulava uma caçamba de lixo no estacionamento do local. A mulher foi levada a um hospital, onde recebeu atendimento médico e teve alta algumas horas mais tarde.
Governo chileno
A presidente do Chile aumentou as medidas de segurança e ampliou os poderes para investigar a explosão no metrô da capital, o pior ataque desse tipo no país desde que a democracia retornou, em 1990.
Funcionários disseram que estão investigando se grupos anarquistas, responsáveis por uma onda de atentados em Santiago, estariam por trás do ataque de segunda em um restaurante fast-food ao lado de uma movimentada estação de metrô.
"Aqueles que realizam esses atos acham que vão nos assustar, mas nós não vamos deixar que um pequeno grupo terrorista e covarde assuste a grande maioria que quer um país pacífico", disse a presidente Michelle Bachelet após reunião.
"Eu instruí o ministro do Interior para reforçar a segurança no sistema de metrô e em locais onde muitas pessoas se reúnem", disse Michelle.
"A coordenação entre a polícia e os organismos de inteligência será a chave para a obtenção de resultados concretos nas investigações. Nossa mão não vai tremer com esses tipos de atos."