Vaticano - Primeiro prelado - indivíduo de alto escalão na Igreja - a ser preso na história do Vaticano, o ex-Arcebispo polonês Josef Wesolowski mantinha uma arquivo secreto no computador da Nunciatura de Santo Domingo com mais de cem mil arquivos de pornografia infantil, incluindo fotos e vídeos de suas próprias vítimas. As informações são do jornal italiano Corriere de la Sierra.
Entre as imagens encontradas pela investigação figuram diversas de crianças com idades entre 13 e 17 anos nuas e forçadas a terem relações sexuais entre si e com adultos. O objetivo agora é encontrar os cúmplices do padre nos casos de pedofilia, como pessoas que teriam ajudado na busca por vítimas. A suspeita é de que Wesolowski possa estar conectado a uma rede internacional do crime contra menores.

Na terça-feira, o Papa Francisco ordenou pessoalmente a detenção do ex-arcebispo, no primeiro caso de prisão no Vaticano de algum suspeito de cometer o crime. Wesolowski pode pegar pena de seis a sete anos de prisão.
O polonês de 66 anos foi representante diplomático da Igreja Católica na República Dominicana de 2008 a 2013. No entanto, no ano passado ele foi enviado de volta ao Vaticano após terem surgido acusações na mídia do país caribenho de que ele teria cometido abuso sexual em crianças.
Em junho deste ano, Wesolowski foi destituído do cargo de arcebispo por um tribunal do Vaticano. Desde então, ele viveu dentro de um convento na cidade-estado. Segundo um porta-voz da Santa Sé, o polonês será mantido em prisão domiciliar no mesmo local devido à fragilidade de sua saúde.
O arcebispo deve ir a julgamento no final deste ano também em um tribunal do próprio Vaticano. De acordo com o porta-voz papal, o padre italiano Federico Lombardi, o papa Francisco ordenou pessoalmente a prisão do prelado para que as acusações graves possam ser examinadas sem atraso.