Por leonardo.rocha

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse durante discurso na 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas que as estratégias equivocadas do Ocidente para o Oriente Médio, Ásia Central e para o Cáucaso converteram as regiões em paraísos para terroristas.

Segundo ele, as grandes potências ocidentais incentivam o fundamentalismo e agora não sabem como detê-lo. Como exemplo, Rouhani citou as intervenções militares no Afeganistão, no Iraque e na Síria. Para o presidente do Irã são os países da região que devem combater os grupos fundamentalistas.

O presidente do Irã%2C Hassan RohaniReuters


"A experiência da criação da al-Qaeda, do Taleban e de outros grupos extremistas mostram que não se pode usar grupos fundamentalistas para combater um Estado adversário, sem se intimidar com as consequências de um extremismo mais amargo".

Rouhani ressaltou que, se a coalizão liderada pelos Estados Unidos para enfrentar o Estado Islâmico tiver o objetivo de manter a hegemonia ocidental sobre a região cometerá mais um erro, que alimentará o ódio e a islamofobia.

Para ele, a democracia não pode ser importada e, para consegui-la, da mesma forma como para acabar com o extremismo, deve-se impulsionar a Justiça e o desenvolvimento.

"Sempre consideramos que a democracia não poderia ser imposta do exterior (…) não é um produto comercial que possa ser exportado do Ocidente para Leste", disse Rouhani.

"Quando os generais irrompem numa região, não esperam que sejam calorosamente recebidos pelos diplomatas. Quando a guerra começa, a diplomacia termina. Quando as sanções são impostas, aumenta o ódio sobre quem as aplica", acrescentou.

Sobre as desconfianças das grandes potências mundiais quanto ao programa nuclear de seu país, Rouhani disse que o Irã está determinado a prosseguir as negociações sobre seu programa nuclear, na expectativa de que um acordo seja concluído em curto prazo.

Apesar disso, observou que as sanções constituem um impedimento para cooperações de longo prazo. Grandes potências e Israel acusam o Irã de promover clandestinamente, camufladas pelo programa nuclear civil, atividades destinadas à fabricação de bombas atômicas, o que o governo do país nega.

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