Espanha - O presidente da região espanhola Catalunha, Artur Mas, assinou um decreto neste sábado convocando um referendo sobre independência em 9 de novembro, uma votação que o governo central disse que iria violar a Constituição e que, por isso, prometeu bloquear.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, convocou uma reunião especial de gabinete na segunda-feira para formalizar a contestação legal do governo à votação na corte constitucional.
Um movimento pró-independência de longa data na região nordeste ganhou impulso nos últimos anos de dificuldades econômicas.
Os separatistas catalães se sentem encorajados pelo plebiscito de independência da Escócia que, apesar de resultar na permanência do país no Reino Unido, permitiu aos escoceses escolher seu próprio destino nas urnas.
Analistas têm apontado para os efeitos da votação britânica no renascimento de nacionalismos e regionalismos europeus, em especial na Catalunha, em Flandres (Bélgica) e no País Basco.
Neste sábado, o grupo separatista basco ETA emitiu uma declaração apontando que existe "uma aliança cada vez mais ampla" a favor de que a região, no norte da Espanha, também decida a sua permanência no país ou independência nas urnas.
Na carta, divulgada pelo jornal local Gara, o ETA diz que existe um "contexto histórico favorável para acelerar nosso processo" estabelecido com os precedentes do plebiscito na Escócia e a discussão sobre consulta semelhante na Catalunha. Para o grupo, a decisão pode se dar pela via "democrática".
A declaração coincide com a celebração do Gudari Eguna (Dia do Soldado), que lembra a morte de vários militantes nas mãos do regime de Francisco Franco, em 1975.