Turquia - Pelo menos nove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta terça-feira em diversos confrontos no sudeste da Turquia, onde desde a última segunda-feira ocorrem protestos em solidariedade a Kobani, cidade curdo-síria sitiada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Insurgentes do grupo, que tomaram o controle de importantes cidades da Síria e do Iraque, avançaram sobre Kobani, que faz fronteira com a Turquia, aumentando a pressão sobre a Turquia para aumentar sua intervenção no conflito.

Uma das vítimas, um jovem de 17 anos, morreu na província de Mus ao ser atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo lançada pela polícia, enquanto os demais morreram em combates entre manifestantes.
Segundo o jornal Hürriyet, duas dessas pessoas morreram em Siirt e outra na província de Batman, mas outras publicações, como "Habertürk", "Evrensel" e "Milliyet" elevam a nove o número de mortes.
Os falecimentos aconteceram em confrontos entre ativistas curdos de esquerda, inimigos do EI, com supostos seguidores do Hüda-Par, um partido islamita radical presente nas regiões curdas da Turquia.
Os primeiros, que se consideram a ala jovem da guerrilha do Partido dos Trabalhadores de Curdistão, respaldam as milícias de Kobani e denunciam que a Turquia não intervenha para evitar que a cidade caia em poder do grupo islamita radical Estado Islâmico, que a assedia e bombardeia há semanas.
Seus adversários, islamitas severos, se consideram partidários do governo, de tendência islamita moderada. O ministro do Interior, Efkan Asa, anunciou que quer "pôr fim a esta situação irracional", em referência aos protestos.
A Turquia já abrigou mais de 180 mil refugiados sírios curdos que saíram de Kobani. O país não participa da coalização internacional liderada pelos Estados Unidos (EUA) para destruir o grupo jihadista, dizendo que a campanha deveria ter como objetivo tirar do poder o presidente sírio Bashar al-Assad.