Inglaterra - Mais casos do vírus ebola vão se espalhar quase que inevitavelmente pela Europa, mas o continente está bem preparado para controlar a doença, disse nesta terça-feira a diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em entrevista à Reuters poucas horas após o primeiro caso de contágio local de Ebola ser confirmado na Europa, em uma enfermeira na Espanha, a diretora da OMS para Europa, Zsuzsanna Jakab, disse que mais incidentes do tipo são "inevitáveis".
Autoridades de saúde espanholas disseram que três pessoas foram hospitalizadas, além da enfermeira, para tentar conter uma maior disseminação do ebola após o primeiro caso de uma pessoa a contrair o vírus fora da África.
"Tais casos importados e eventos similares ao que aconteceu na Espanha também vão acontecer no futuro, muito provavelmente", disse Jakab em entrevista por telefone de seu gabinete em Copenhague.
"É algo bastante inevitável... que tais eventos ocorram no futuro, por causa do grande número de viagens tanto da Europa para os países afetados como no sentido inverso", disse.
Vários países na região europeia da OMS, incluindo França, Grã-Bretanha, Holanda, Noruega e Espanha, trataram pacientes repatriados após contraírem o Ebola na África Ocidental, onde a doença tem se espalhado por Guiné, Serra Leoa e Libéria desde março, matando mais de 3,4 mil pessoas no maior surto da doença já registrado.
Jakab disse que os funcionários de saúde destacados para cuidar dos pacientes, assim como seus familiares e pessoas próximas, eram os que tinham maior risco de serem infectados.
"Vai acontecer", disse. "Mas a coisa mais importante em nosso ver é que a Europa ainda se encontra em risco baixo e que a parte ocidental da região europeia em particular é a mais bem preparada do mundo para responder a febres virais hemorrágicas, incluindo o ebola", afirmou.
Enfermeira infectada
O estado de saúde da auxiliar de enfermagem espanhola infectada pelo vírus ebola, que deu entrada na noite de segunda-feira no Hospital Carlos III de Madri, evolui favoravelmente dentro das precauções. Assim disse nesta terça-feira, em entrevista coletiva, o gerente do Hospital La Paz de Madri, Rafael Pérez-Santamarina, que afirmou que a paciente não quer que informações sobre sua saúde sejam repassadas à imprensa. Por isso, os médicos terão que preservar sua intimidade. A paciente está sendo tratada como um soro hiperimune de um doador anônimo que tinha sido contagiado pela doença e criou anticorpos para combater o ebola.
*Com informações da Reuters e EFE