Hong Kong - As negociações entre o governo e os líderes estudantis dos protestos pró-democracia que bloquearam as estradas para um dos principais centros financeiros da Ásia por quase duas semanas foram canceladas porque é improvável que sejam construtivas, disse nesta quinta-feira autoridade do governo de Hong Kong.

"A base para um diálogo construtivo foi minada. É impossível ter uma reunião construtiva amanhã [sexta-feira]", disse a secretária-chefe do Executivo da Região Administrativa Especial chinesa, Carrie Lam, em declaração a jornalistas.
A porta-voz da Federação de Estudantes, Yvonne Leung, informou que os estudantes iriam reagir ao rompimento das negociações por parte do governo. "Vamos responder por volta das 21h (10h, horário de Brasília)", escreveu Yvonne Leung.
Os manifestantes têm ocupado as ruas de Hong Kong desde o dia 28 de setembro. Eles exigem uma eleição totalmente democrática para o próximo chefe do Executivo do território.
Ativistas exigem que o governo da região chinesa abandonem os planos de Pequim e permitam que os candidatos para as eleições de 2017 na cidade sejam escolhidos livremente. Eles também querem que o atual líder apoiado por Pequim, Leung Chun-ying, renuncie.
Investigações
O Departamento de Justiça de Hong Kong concedeu nesta quinta-feira ao Ministério Público autoridade para lidar com a investigação de um pagamento de uma empresa ao dirigente do governo local para evitar qualquer percepção de parcialidade.
A mudança ocorreu depois que o Partido Democrata disse ter pedido à Comissão Independente Contra a Corrupção que investigasse Leung Chun-ying por um pagamento 6,4 milhões dólares que ele recebeu de uma empresa de engenharia australiana quando já estava no poder. O departamento disse que parte do poder atribuído consiste em "avaliar e decidir se será formalizada uma acusação".