Turquia - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta quarta-feira que os Estados Unidos erraram ao tomar a decisão de entregar armas e munições aos curdos que defendem a cidade síria de Kobane, cercada por jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).
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Segundo Erdogan, as armas, jogadas de avião, caíram nas mãos de militantes do Partido da União Democrática (PYD), considerado pela Turquia uma organização terrorista, e de combatentes do EI. “Hoje é evidente que foi errado”, disse Erdogan em entrevista à imprensa na capital turca. “Toda a ajuda dada ao PYD vai beneficiar o PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). E nós, Turquia, devemos opor-nos a isso”, afirmou o chefe do governo, antes de viajar para a Letônia.
Depois de dezenas de ataques aéreos contra os jihadistas na zona de Kobane, cidade síria próxima da fronteira com a Turquia, armas, os Estados Unidos fizeram segunda-feira o primeiro lançamento de armas, munições e produtos de saúde na região. O material era destinado às unidades de Proteção do Povo, a milícia curda do PYD, que combate o EI.
“Vemos hoje claramente quem se beneficiou da ajuda americana. Esse tipo de operação não deve ser feito unicamente pelas aparências, há meios bem mais razoáveis e eficazes", afirmou Erdogan. “Não compreendo por que Kobane tem uma importância tão estratégica para os americanos, se já não há nenhum civil” na cidade, acrescentou.
Domingo passado, o presidente turco já tinha se recusado a ajudar o PYD, que se associa ao PKK, grupo curdo turco que travou uma luta separatista contra a Turquia durante mais de três décadas.
A Turquia também tem se negado a intervir militarmente para apoiar as milícias que defendem Kobane para não reforçar a capacidade das forças curdas. Na segunda-feira, porém, sob pressão dos Estados Unidos, o país concordou em deixar passar por seu território combatentes curdos iraquianos em trânsito para Kobane.