Por karilayn.areias
Rio - A prática da fisioterapia pode se transformar num martírio para pacientes obrigados a inúmeras e prolongadas sessões, durante o tratamento de problemas que afetam a capacidade motora. Querendo dar um fim à monotonia dos consultórios, o professor de dança Antônio Carioca resolveu levar os exercícios para o salão de gafieira. A dançafisio, como chamou a atividade, é oferecida todas as terças e quintas-feiras no Espaço Municipal para a Terceira Idade, em Nova Iguaçu.
A costureira Irismar (cabelos compridos)%2C vítima de AVC%2C achava que não voltaria a andar. Ela faz aulas há dois meses e já consegue dançar Divulgação

Fruto de pesquisa de um ano do dançarino com fisioterapeutas e pacientes, a nova prática mescla os exercícios de alongamento da técnica médica com lições de uma variedade extensa de ritmos musicais, como samba, valsa e bolero. Para o dançarino, as aulas, que atualmente têm cerca de 60 participantes, são um grande estímulo para a recuperação dos idosos.

“Essa junção torna o exercício mais interessante, e só a simples presença da música já cativa mais o paciente e a melhora dele tende a ser mais acelerada”, aponta o professor.
Para auxiliá-lo no projeto, Carioca convocou o fisioterapeuta Gustavo de Sousa, responsável pela parte médica das aulas. Trabalhando há pouco de mais de um mês com a dançafisio, o profissional já consegue enxergar ganhos aos pacientes para além da recapacitação motora. “As aulas também estimulam a coordenação motora geral, diminuem o sedentarismo, aumentam o tônus muscular e ajudam na perda calórica”, comenta.

Vítima de um AVC, Irismar Oliveira, de 59 anos, é uma das alunas de Carioca e Gustavo. Adepta da dançafisio há dois meses, a costureira garante que as aulas lhe trouxeram a esperança de viver sem sequelas do derrame, sofrido em junho. “Não acreditava que fosse voltar a andar, mas eles estão me ajudando a recuperar os movimentos”, festeja ela.
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Astral também melhora muito, garantem alunos
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As aulas do professor de dança Antônio Carioca também são capazes de melhorar o astral dos alunos, algo essencial para a recuperação médica dos pacientes. “Manter o bom-humor é algo fundamental no tratamento dos acidentados que recebemos aqui, e a combinação entre dança e medicina tem conseguido elevar a autoestima de todos eles”, garante o fisioterapeuta Gustavo de Sousa, que comanda as atividades.
A costureira Irismar Oliveira é a prova dos resultados proporcionados pela melhora do humor. “Ainda tenho limitações de mobilidade, mas em dois meses já sou capaz de dançar e me divertir”, afirma ela.
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As aulas de Carioca e Gustavo são gratuitas e ministradas todas as terças e quintas, sempre às 13h, no Espaço Municipal da Terceira Idade, que fica na Rua Luiz de Matos 736, bairro da Luz.