Por bianca.lobianco
Rio - Fortalece a imunidade; aumenta a felicidade; reduz as chances de problemas cardíacos e até de depressão. E, se você ficar doente, ainda garante melhor resposta ao tratamento. A Ciência já descobriu de onde vêm todos esses benefícios: da fé. Não se trata de esperar um milagre. O simples gesto manter contato com o sagrado, comprovadamente, faz bem à saúde física e mental.
No consultório do cardiologista Roque Savioli, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, os pacientes saem com recomendação extra: rezar. “Eu peço para meu paciente rezar, de acordo com a religião dele”, declara.
Carlos Lazari%2C executivo de banco%2C reza todos os dias pela família e pelo trabalhoJoão Laet / Agência O Dia

Depois de revisar mais de mil textos sobre fé e saúde, ele conta que não restam dúvidas da relação. Estudo israelense com judeus ortodoxos mostrou que quem pratica a religião tem 20% menos chances de ter doenças cardiovasculares. Outra pesquisa revelou que orar ativa área do cérebro ligada à imunidade. “Ao analisarmos dados sobre a mortalidade, vemos que as pessoas com fé vivem mais”, cita. Em 2006, ele tratou um padre com câncer linfático, em que 50% das pessoas morrem em três meses. “Ele nunca reclamou e viveu por dez meses”.

Álvaro Avezum, cardiologista e coordenador do Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, diz que oração e boas atitudes, como o perdão, reduzem a produção de hormônios do estresse. “Esses hormônios aumentam a pressão, alteram a frequência cardíaca e levam à arritmia”.

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Já Alexander Moreira-Almeida, psiquiatra e Diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora, lembra que a religião auxilia na busca de significado para problemas e a própria enfermidade. A ainda, diz, tem a ver com o ditado ‘Deus dá o frio conforme o cobertor’. “A pessoa tem mais otimismo e esperança na superação”.
Católico, o executivo do BNDES Carlos Lazari, 44, sempre mantém contato com Deus. O ‘assunto’ das orações são desafios no trabalho e na vida familiar — ele é casado e tem 5 filhos. “Agradeço, peço ajuda e recebo a força. Fico com tranquilidade e certeza de que tudo vai dar certo. A angústia e a depressão estão relacionadas a falta de visão do futuro. A gente morre, mas a vida continua”.
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Esperança na virada para o novo ano
Faltam três dias para acabar o ano, e a proximidade de 2015, automaticamente, desperta sentimentos de esperança. E também para esse fenômeno há explicação técnica. De acordo com a psiquiatra Fátima Vasconcellos, da Associação Brasileira de Psiquiatria, o fim de um ano e início de outro representa o término de um ciclo e uma possibilidade de recomeço.
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“É ótimo quando há este sentimento de que podemos mudar a nossa vida e que coisas novas e diferentes podem acontecer”, declara. 
Mas não adianta passar os 365 dias adiando a dieta segunda-feira. A psiquiatra lembra que a vida não muda só porque um novo ano começa. “As coisas só mudam se executarmos os planos que elaboramos”.
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Se da sua lista de resoluções para 2014 pouca coisa foi cumprida, a dica é não desistir. Fátima recomenda avaliação das metas propostas para ver se estão ou não adequadas à realidade. “A pessoa pode olhar para o que não conseguiu, repensar e focar no que é possível atingir”.
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