Atenas - As autoridades da Albânia recuperaram o corpo de uma pessoa que estava a bordo da balsa "Norman Atlantic", incendiado nesta madrugada, informou em entrevista coletiva em Tirana Qemal Shkurti, comandante da Força Marítima Militar albanesa. Shkurti afirmou que o corpo foi achado pelo barco albanês "Butrinti" que participa da operação de salvamento e trasladado a uma embarcação italiana.
O oficial confirmou que a balsa está perto das águas territoriais albanesas, a 12 milhas náuticas ao noroeste da Ilha de Sazan, na Baía de Vlora. Ele explicou que os passageiros que ainda estão a bordo do "Norman Atlantic" se refugiaram na proa. Segundo Shkurti, o ferry corre o risco de afundar devido à quantidade de água que está sendo lançada em sua direção para pagar o fogo.
O comandante acrescentou que a Albânia enviou um rebocador ao local onde está a embarcação, e se for necessário enviará outro mais potente, capaz de arrastar a balsa até a costa albanesa. Também na Itália, o comandante Giovanni Pettorino informou que tinha recuperado o corpo de um homem, que teria morrido na tentativa de abandonar a embarcação se jogando ao mar. Ele acrescentou que há dois feridos: uma mulher e um militar da marinha. Os três estão em um navio que está se dirigindo para a cidade italiana de Brindisi (sul da Itália). Enquanto, tanto em Roma quanto em Atenas foi confirmado que já são 161 os passageiros resgatados com vida.
O acidente
Ainda durante a manhã, q guarda costeira grega afirmou que 150 pessoas haviam sido salvas da italiana Norman Atlantic, que transportava quase 500 passageiros e tripulantes quando enviou um sinal de socorro após incêndio no convés inferior.
Como ventos fortes e o mar agitado impediram esforços de outros navios para resgatar os que ainda estão a bordo, ainda não havia ficado claro se há vítimas ou se os passageiros estavam na água.
"O navio ainda está em chamas, o chão está queimando", disse o passageiro George Styliaras à TV grega, por telefone, acrescentando que a fumaça dificultava a respiração. "Não sabemos quanto tempo nós podemos aguentar".
As temperaturas frias do inverno tornariam a sobrevivência no mar difícil, a menos que o resgate chegue rápido.
O ministro da navegação, Miltiadis Varvitsiotis, disse que a combinação de muito mau tempo, com ventos de até 88 quilômetros por hora, e o fogo tornam a operação extremamente complicada.