Instrutor de voo livre no Rio, ele foi preso em 2003, ao entrar naquele país com 13,7 kg de cocaína escondidos em tubos de fibra da asa-delta. O porta-voz da Procuradoria Geral da Indonésia M. Prasetyo informou em coletiva de imprensa, ontem, que os acusados souberam na quarta-feira que vão morrer domingo. “Eles poderão se preparar mentalmente e depois poderemos ouvir seus últimos pedidos”, disse.
Marco já foi transferido para outra prisão, conhecida como corredor da morte, onde segue em isolamento. Como ‘último desejo’, pediu bacalhau a uma tia. A mulher viajou a Jacarta e, antes, fez escala em Lisboa para levar a iguaria. Ela também transporta cartas e lembranças de amigos. Moreira é solteiro, não tem filhos e seus pais já morreram. Na Indonésia, a execução é feita por fuzilamento. Doze soldados atiram com rifles no peito do condenado, porém apenas duas armas são carregadas: os carrascos não sabem quem fez o disparo fatal. Caso a pessoa sobreviva, é disparado tiro na cabeça.
Amigo de Archer, o cineasta Marcos Prado conversou com o preso há dois dias e disse que ele está assustado.Segundo Prado, o carioca ainda tinha a esperança de não ser executado e quer servir de exemplo para os jovens que pensam em levar drogas para outro país.
O advogado de Archer, Utomo Karim, esteve com ele na cela de isolamento, quarta-feira, e disse que o brasileiro está em estado de choque, triste e com medo. Marco disse ainda que não quer morrer. O prisioneiro chegou a pensar que a execução seria na quarta e entrou em pânico, segundo Karim.
Brasil tentou negociar, mas foi em vão
O advogado de Archer, Utomo Karim, afirmou que o governo brasileiro enviou carta à Indonésia pedindo que o carioca fosse extraditado e cumprisse pena no Brasil, mas que não havia mais tempo para manobras legais. Apesar da impossibilidade de negociação, a presidenta Dilma Rousseff solicitou, semana passada, conversa com o novo presidente da Indonésia, Joko Widodo.
No dia 31 de dezembro, ele negara o pedido de Marco. Em nota, o Itamaraty disse que o governo continua mobilizado e avalia todas as possibilidades, mas sem detalhá-las. Em 2005, o ex-presidente Lula já havia feito pedido de clemência. Cinco anos depois, o ex-governante também enviou carta ao então presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono. Em 2011, foi a vez de Dilma se encontrar com o mandatário para fazer o pedido.