Por felipe.martins, felipe.martins
Brasília e Rio - O governo da Indonésia negou nesta quarta-feira o segundo pedido de clemência feito pelo Brasil em nome do paranaense Rodrigo Gularte, 42 anos, condenado à morte em 2004 por entrar no país asiático com seis quilos de cocaína em pranchas de surfe. No sábado, o carioca Marco Archer, 53, foi executado num presídio local pelo mesmo crime.
Também ontem, o embaixador do Brasil na Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, reuniu-se pela primeira vez em Brasília com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Soares foi chamado de volta ao Brasil após a execução de Archer — forma de o governo brasileiro demonstrar insatisfação com o indonésio.
Rodrigo Gularte foi preso no Aeroporto de Jacarta%2C em 2004%2C com outros dois amigos%3B eles levavam 6 quilos de cocaína em oito pranchasReprodução

No encontro, Vieira foi informado da situação de Gularte e da assistência prestada pela Embaixada em Jacarta, capital indonésia. Segundo nota, “o Itamaraty continuará a realizar as gestões junto ao governo da Indonésia (...), de modo a esgotar todas as possibilidades de comutação da pena (...) permitidas pelo ordenamento jurídico da Indonésia.”

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Como O DIA mostrou nesta quarta-feira, o surfista e empresário de Niterói Rogério Paez — que ficou preso na Indonésia junto com Archer e Gularte — revelou que há livre comércio de drogas nas prisões em que condenados por tráfico ou consumo de entorpecentes cumprem pena naquele país.
Segundo ele, dentro do complexo prisional em que esteve, os condenados acreditavam até pouco tempo atrás que não seriam executados. Libertado em 2011, Paez conta que o medo aumentou a partir da execução de dois nigerianos em 2008. “Eles não executavam ninguém há cinco anos. Então ninguém acreditava que ia ser executado, achava que ia ficar lá dentro, depois cair para a prisão perpétua e de lá cair para 20 anos e ir embora”, conta Paez, que cumpriu oito anos de cárcere fechado por ter sido preso com três gramas de haxixe.
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