Por bianca.lobianco
Egito - Pelo menos 17 pessoas morreram e outras 45 ficaram feridas, ontem, em diferentes províncias do Egito, em confrontos durante a comemoração do quarto aniversário da revolução de 25 de janeiro de 2011 que derrubou o presidente Hosni Mubarak. A data foi marcada por protestos organizados por partidários da Irmandade Muçulmana — ligados ao ex-presidente islamita Mohamed Mursi — contra o regime do atual presidente, Abdel Fattah al-Sissi.

Oito pessoas, incluindo um policial, morreram no subúrbio de Maraiya, no Cairo, um reduto da Irmandade Muçulmana. No local, os manifestantes gritavam ‘abaixo o regime militar’ e jogavam coquetéis molotov contra as forças de segurança. As outras mortes foram registradas em Alexandria, na região de Gizé, e na província de Al Beheira, no delta do Nilo. A Praça Tahrir, no Cairo, que virou símbolo da Primavera Árabe, foi controlada por um forte esquema de segurança. No centro do Cairo, a tropa de choque com fuzis perseguia manifestantes pelas ruas.

Manifestante ferido é socorrido durante protesto nas ruas do Cairo%2C ontem%3A aniversário violentoReuters

Também ontem, centenas de pessoas participaram, em Alexandria, do funeral da ativista Shaima al-Sabbagh. Ela foi morta no Cairo, no sábado, quando a polícia dispersava uma concentração perto da Praça Tahrir.

O partido da Aliança Popular Socialista, do qual Shaima fazia parte, denunciou que a ativista morreu pelos disparos de balas efetuados pela polícia quando tentava chegar à Praça Tahrir. Ela pretendia colocar uma coroa de flores em homenagem às vítimas do levante popular contra o regime egípcio. A Justiça abriu investigação e, segundo um relatório preliminar, a polícia usou apenas gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
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Hosni Mubarak, que estava há 30 anos no poder, renunciou no dia 25 de janeiro de 2011. No ano seguinte, Mohamed Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, foi eleito democraticamente. Em julho de 2013, ele foi derrubado em um golpe militar. Em seguida, um governo interino assumiu, mas renunciou no dia 24 de fevereiro de 2014. No mesmo ano, Abdel Fattah al-Sissi foi eleito com mais de 90% dos votos.