Por felipe.martins

China -  A  dona de casa Law-Tung Wan, de 44 anos, foi condenada ontem à prisão por um tribunal de Hong Kong por submeter sua empregada doméstica a condições semelhantes às da escravidão e espancá-la. A pena só será anunciada no dia 27, mas a expectativa é que chegue a sete anos de prisão. A patroa saiu da corte já na condição de detenta.

Law-Tung Wan foi denunciada pela empregada, Erwiana Sulistyaningsih, de 23 anos, depois que ela conseguiu escapar, em janeiro de 2014, da casa da patroa, onde era mantida confinada, e foi para a Ilha de Java, na Indonésia, seu país de origem. Com vários ferimentos, ela foi internada em um hospital local e denunciou a ex-patroa à polícia.

A jovem fora para Hong Kong em busca de trabalho e desde maio de 2013 trabalhava para Law-Tung. Mas, segundo seu relato ao tribunal, nunca foi tratada como empregada doméstica ou teve qualquer direito trabalhista respeitado. Além de não receber pagamento, era impedida de deixar a casa, alimentada apenas com pão e pequenas porções de arroz e só podia dormir no máximo quatro horas por dia.

Ao depor no tribunal, a jovem contou que ainda era submetida a sessões de espancamento. Segundo ela, como consequência de uma das surras que levou, chegou a ficar desmaiada. A história de Erwiana comoveu os moradores de Hong Kong e da Indonésia e motivou o então presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, a cobrar da Justiça do país vizinho a condenação da patroa.

Nesta terça-feira, no julgamento, ex-patroa e ex-empregada foram colocadas frente à frente. Law-Tung Wan ficou impassível enquanto Erwiana relatava o martírio que sofreu. No fim do julgamento, a juíza Amanda Woodcock disse que estava convencida de que era tudo verdade e condenou a ex-patroa.

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