Por tamara.coimbra

Dinamarca - Milhares de pessoas prestaram nesta segunda-feira homenagens às vítimas dos atentados que aconteceram no último sábado, em Copenhague, deixando flores e velas nos locais dos ataques. As homenagens se estenderam a outras cidades dinamarquesas como Aarhus, Esbjerg, Horsholm, Svendborg e Odense. Ainda abaladas com o que aconteceu, as pessoas expressaram tristeza e revolta, e pediram mais tolerância. Foram horas de terror que a Dinamarca não vai esquecer.

No sábado, um homem armado invadiu um café no distrito de Osterbro, a Noroeste da capital, e atirou contra os participantes de um evento sobre liberdade de expressão. Entre eles estava o cartunista sueco Lars Vilks, que já recebeu ameaças de morte pela autoria de uma caricatura que retratava o profeta Maomé como um cachorro. Vilks saiu ileso, mas o cineasta Finn Noorgard, de 55 anos, morreu no local, e três policiais ficaram feridos.

Dinamarqueses fazem homenagens em um memorial para as vítimas dos ataques em CopenhagueReuters

Cerca de oito horas depois, na madrugada deste domingo, tiros foram disparados em frente à principal sinagoga de Copenhague, em Kristalgade. O segurança da sinagoga, Dan Uzan, de 37 anos, morreu com um tiro na cabeça e dois policiais ficaram feridos.

O líder da comunidade judaica da Dinamarca, Dan Rosenberg, declarou, em entrevista à imprensa nesta segunda-feira, que a ameaça terrorista não vai afastar os judeus do país. “Não deixaremos o terror ditar nossas vidas”, disse.

A primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, disse que a nação não aceitará qualquer tentativa de ameaça às suas liberdades e direitos. “A liberdade de expressão é um valor fundamental da sociedade dinamarquesa”.

A polícia anunciou nesta segunda-feira a prisão de dois suspeitos de aconselhar e apoiar o autor dos ataques. A capital continua sob estado de alerta e a segurança foi reforçada em vários pontos da cidade. As investigações continuam para identificar qualquer atividade terrorista organizada no país.

O supeito dos ataques tinha 22 anos, era nascido na capital e conhecido pelos serviços de segurança por seu histórico de assaltos e envolvimento com gangues. Autoridades dinamarquesas acreditam que ele tenha se inspirado nos atentados ocorridos em Paris, em janeiro. O jovem dinamarquês foi morto no domingo, após troca de tiros, ao ser perseguido pela polícia.

Nesta segunda-feira, em Brasília, o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota na qual o governo brasileiro manifesta a sua consternação e diz que os atentados em Copenhague "representam inaceitáveis ataques à liberdade de expressão e à tolerância religiosa". "O governo brasileiro estende ao governo e ao povo da Dinamarca e aos familiares das vítimas sua solidariedade", diz o Itamaraty, na nota.

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