Por bferreira

Rio - Reclamar em excesso, ver apenas o lado negativo dos acontecimentos e se fazer de vítima, no estilo ‘ó vida, ó azar’, além de uma atitude incômoda, pode gerar males mentais e físicos. Trata-se da ‘Síndrome do Coitadismo’, que, em muitos casos, pode ser sinal de uma pré-depressão.

Segundo o psicólogo João Alexandre Borba, o comportamento, não raro, é um recurso usado pelos ‘coitados’ que querem atenção e favores dos outros — sobretudo em momentos de dificuldades. Mas o especialista alerta que a tática não funciona. “Essa síndrome faz com que a pessoa ache que aqueles que estão a seu redor ficarão comovidos. Ilusão pura. Ao assumir o papel de vítima, a pessoa só atrai mais vítimas”.

Ao ler esta matéria, provavelmente você se lembrou de algum amigo do Facebook. A proteção virtual e a espera do apoio e incentivo de centenas de amigos em forma de curtidas transformam a rede em um grande divã. De acordo com o psiquiatra André Brasil, quando as pessoas não recebem comentários e curtidas, elas se sentem menosprezadas e menos amadas. Segundo ele, pessoas com dificuldade de relacionamento no mundo real tendem a usar mais a rede para desabafos.

Além de correr o risco de perder os amigos, quem se faz de vítima, por liberar mais hormônios do estresse, pode desenvolver males físicos e até depressão. Já aqueles que vivem ao redor dos ‘coitadinhos’ podem se influenciar pelos pensamentos negativos. “Esperar sempre o pior ou pensar negativamente faz com que o organismo fique mais suscetível a doenças, como depressão, ansiedade e problemas gastrointestinais”, diz a psicóloga Andreia Calçada.

Perda do prazer pelo cotidiano

O excesso de pessimismo e murmuração pode ser um mal chamado de distimia, conhecida por ser uma depressão mais leve. “Não chega a tirar a pessoa das atividades cotidianas, mas ela perde o prazer nas coisas”, explica André.

A psicóloga Andreia explica que a distimia pode ser provocada por alterações hormonais, sobretudo quando afeta a serotonina, o hormônio do bom humor. Questões familiares também podem interferir. “Se os pais buscam sempre o lado positivo, a criança vai copiar o comportamento”.

Para aliviar essas atitudes, o ideal é procurar uma psicoterapia, que vai ajudar o paciente a encontrar os melhores caminhos para lidar com os problemas.

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