Por paulo.gomes

Moscou (Rússia) - Mais de 70 mil pessoas participaram neste domingo da marcha organizada em Moscou em homenagem ao opositor Boris Nemtsov, conforme estimou Alexander Riklin, um dos organizadores do ato. Nemtsov era copresidente do Partido Republicano da Rússia e foi atingido por quatro disparos na noite da última sexta-feira, quando passeava perto do Kremlin, residência oficial do presidente russo em Moscou.

Conrforme da polícia locl, mais de 16 mil pessoas participaram da marcha. Se o número dos organizadores se confirmar, a marcha será a maior mobilização da oposição desde a reeleição do presidente Vladimir Putin, em 2012.

A marcha em homenagem a Boris Nemtsov%2C morto na última sexta-feira%2C reuniu mais de 70 mil pessoas em MoscouEfe

"Não tenho medo", "Luta" e "A propaganda mata" foram algumas mensagens exibidas pelos manifestantes, que, na sua maioria, empunhavam bandeiras russas com faixas negras e retratos do político assassinado. A marcha, aberta por uma faixa com a inscrição "Os heróis não morrem", começou em clima de calma, sem incidentes e de forma silenciosa.

A oposição atribuiu a morte de Nemtsov à intolerância da dissidência reinante no país. "As autoridades criaram um clima de ódio, inimizade e perseguição ao catalogar a oposição como traidores. Tudo isto não podia acabar de outra forma", ressaltou o ex-deputado russo Guennadi Gudkov.

Em São Petersburgo, segunda maior cidade russa, pelo menos 2,5 mil pessoas também homenagearam a memória do opositor.

A morte de Boris Nemtsov foi condenada pela comunidade internacional e o presidente russo, Vladmir Putin, prometeu fazer o possível para levar à Justiça os responsáveis pelo assassinato. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que estava chocado com o assassinato brutal do opositor e que espera que os responsáveis sejam rapidamente levados à justiça.

Nemtsov foi governador da região de Nizhny Novgorod, no centro da Federação Russa, deputado e vice-primeiro-ministro no fim dos anos 1990, sob a presidência de Boris Yeltsin. Após deixar o Parlamento, em 2003, ajudou a criar e liderou vários partidos e grupos da oposição.

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