Síria - Para recrutar jovens bonitas como ‘noivas’, grupos extremistas islâmicos usam homens atraentes em suas propagandas. Em entrevista ao jornal televisivo ‘Newsnight’, da BBC, uma ex-militante, identificada pelo nome fictício de Ayesha, contou ter sido cooptada por um radical quando tinha 16 anos, pelo Facebook. O homem teria elogiado sua beleza, mas recomendado que cobrisse o rosto com um véu. Ela disse ainda que há uma série de vídeos com “militantes bonitos”. “Dava vontade de ficar com eles antes que morressem. Era algo bem excitante”, declarou.
Ayesha, britânica nascida na região central da Grã-Bretanha, foi ‘radicalizada’ antes do surgimento do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), considerado atualmente a maior ameaça ao Ocidente. Ela se tornou simpatizante das organizações Al-Qaeda e Al-Shabab. Seu doutrinamento, segundo a BBC, propagava a noção de que os britânicos eram inimigos. “Éramos encorajados a ver a Grã-Bretanha com uma nação infiel e que era nossa inimiga por matar muçulmanos”.
Ayesha, porém, começou a se afastar do radicalismo quando ouviu argumentos de que mulheres não deveriam ter direitos e que era um dever de muçulmanos matar fiéis de outras crenças.
Há duas semanas, três adolescentes de Londres, todas alunas exemplares de uma escola secundária local, tomaram o rumo da Turquia para se juntar ao EI na Síria. De acordo com a BBC, as meninas foram recrutadas através de mídias sociais.
Outro caso que ganhou destaque na imprensa internacional foi o de duas meninas austríacas que se tornaram ‘garotas propaganda’ do extremismo na Síria. Samra Kesinovic, 17, e sua amiga Sabina Selimovic, 15, cresceram na capital da Áustria, Viena, mas foram persuadidas a se juntar ao EI em abril. De acordo com as investigações, assim que desembarcaram na Síria, as meninas se casaram com combatentes e logo engravidaram.
Agentes do serviço de segurança disseram à mídia austríaca que as garotas conseguiram entrar em contato com suas famílias para dizer que já haviam visto o bastante e que agora gostariam de voltar para casa. Mas eles alertam que não há quase nenhuma chance de a dupla deixar suas novas vidas. Há informações de que pelo menos uma delas teria morrido.
Canibalismo forçado
Outra tática usada pelo EI para ampliar seus domínios em áreas da Síria e do Iraque é aterrorizar as populações locais. Segundo um combatente iraquiano revelou à imprensa internacional esta semana, os terroristas teriam chegado a fazer com que uma mãe comesse a carne de seu próprio filho.
Yasir Abdulla, 36 anos, contou que o homem foi sequestrado pela organização numa tribo próxima a Kurdish, no Iraque, e ficou preso na cidade de Mossul, tomada pelo EI. Após saber da captura, a mulher, de idade, teria ido ao suposto local do cativeiro para pedir aos terroristas que a deixassem ver o filho.
Ao chegar, os extremistas disseram para ela descansar antes de ver o rapaz, pois “havia feito uma longa viagem” até Mossul. Então, o grupo ofereceu a ela uma refeição com chá, carne cozida, arroz e sopa. “Ela achou que eles estavam sendo amigáveis”, afirmou o combatente. “Depois que a mulher terminou de se alimentar, perguntou onde estava o filho. Eles riram e disseram: ‘Você acabou de comê-lo’”.