Indonésia - O procurador-geral da Indonésia Huhammad Prasetyo disse nesta quinta-feira que o país cumprirá a sentença de morte imposta aos australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran, e qualificou de "irrelevante" a oferta de uma troca de presos feita pela Austrália. "A sentença de morte será levada a cabo", disse Prasetyo à rede de televisão local "Metro TV".
O procurador argumentou que a pena capital faz parte da justiça da Indonésia O vice-presidente do Conselho de Representantes do Povo, Tantowi Yahya, rejeitou a oferta da Austrália por considerá-la uma ingerência nos assuntos internos da Indonésia. Tantowi disse que se o governo aceitasse a proposta abriria a porta para outros pedidos deste tipo no futuro.
A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, disse nesta quinta-feira que o governo do país tinha oferecido à Indonésia trocar presos por Chan e Sukumaranm, que vão ser executados ao lado de oito detentos, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos.
Chan e Sukumaran foram condenados à morte em 2006 como chefes de uma máfia de traficantes chamada "Os Nove de Bali", que tentou transportar oito quilos de heroína da ilha de Bali para a Austrália no ano anterior. O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, revelou que solicitou uma última conversa telefônica com o presidente da Indonésia, Joko Widodo.
Carioca executado
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado no dia 17 de janeiro pela polícia da Indonésia. Preso desde 2004 por tráfico de drogas, o carioca havia sido condenado à morte no mesmo ano. Além de Marco, primeiro brasileiro a ser executado no exterior, mais cinco pessoas também foram mortas no país asiático pelo mesmo crime. O corpo de Archer foi cremado e transportado para o Brasil nos dias seguintes.
"Meu sonho é sair daqui e voltar para o Brasil e expor meu problema para esses jovens que estão pensando em se envolver com drogas, que realmente se teve algum problema com a família, não vai fazer esse erro que cometi, porque aqui as coisas vão ficar muito piores", disse Archer em seu último depoimento.
Na época, a presidenta Dilma Rousseff emitiu nota em que se disse “consternada e indignada” pela morte do instrutor de voo livre apesar de não “desconhecer a gravidade dos crimes que levaram à condenação de Archer”.