Por bferreira

Rio - Há 17 anos, o Viagra mudou a vida de milhões de homens. Desde então, 25 drogas para melhorar a ereção foram desenvolvidas. Por outro lado, ainda não há, no mundo, nenhum remédio que eleve a libido da mulher. Para tentar mudar esse quadro, a organização americana ‘Even the score’ (‘Iguale o Placar’, em inglês) lançou campanha para que agências reguladoras de remédios deem autorização para farmacêuticas fabricarem ‘viagras femininos’.

As mulheres, contudo, terão que esperar. Apesar de diversas drogas terem sido testadas nos últimos 15 anos, nenhuma conseguiu o efeito desejado. Segundo o ginecologista Hugo Miyahira, a grande dificuldade em produzir um remédio que aumente a libido das mulheres está no mecanismo de excitação delas. Enquanto o Viagra atua diretamente no pênis, a versão feminina teria de agir no cérebro. “A libido da mulher surge do equilíbrio hormonal no cérebro e alterar essa relação entre serotonina e dopamina é bastante difícil”, explica.

Uma das drogas em teste hoje, a Flibaserina promoveu aumento de apenas duas relações sexuais por mês em mulheres com falta de libido. Para o especialista, o resultado não compensa o consumo por 30 dias do remédio. A ingestão contínua seria necessária para a substância surtir efeito nelas, enquanto para o homem para ingerir uma pílula, quando necessário. “Mais carinho na relação tem melhores chances de elevar a libido do que os medicamentos”, diz.

O médico afirma que um produto que futuramente consiga aumentar o apetite sexual feminino também não resolveria tudo. “A mulher não vai se excitar com um homem que a trata mal, independentemente de remédio”, garante.

Testosterona: pelos no rosto e oleosidade

Hormônio masculino, a testosterona pode ser ministrada em mulheres que querem aumentar sua libido. Porém, os efeitos colaterais da droga obrigam os médicos a ter muito cuidado antes de receitar o medicamento, diz Hugo Miyahira.

O hormônio eleva o colesterol, faz crescer pelos no rosto e deixa a pele oleosa. Por isso, ele só deve ser indicado após um estudo completo da vida sexual da mulher.

“É preciso investigar como está a relação dela com seu parceiro e as condições do órgão sexual antes de receitar remédio com efeitos colaterais extremos”, afirma Miyahira.

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